4 de mai. de 2005

04/05 - Entrevista: Sandy nega separação da dupla

Sandy em apresentação intimista em São Paulo

A cantora Sandy leva, 4a. feira (04/05), ao palco o seu potencial de diva, em apresentação intimista e cheia de bossa no Bourbon Street. Para ela e para seu público é um show cheio de novidades. A que chama mais a atenção é o fato de esta ser a primeira vez que ela se apresenta sozinha, sem o irmão Junior, seu companheiro quase inseparável em 15 anos de carreira.

Há ainda o repertório, basicamente composto de jazz e bossa nova, músicas escolhidas por ela mesma. Nesta entrevista, a cantora confessa que está ansiosa e conta como é passar por essa prova de fogo.

Agência Estado - Como foi a preparação para o show de amanhã?

Sandy - Estou super ansiosa. Eu adoro jazz, mas sempre cantei em casa, nunca em público. Eu escolhi o repertório todinho e aceitei as sugestões dos músicos que vão tocar comigo. É um repertório muito cool, gostoso de ouvir, gostoso de cantar. Tem Cole Porter e algumas músicas que foram cantadas pela Ella Fitzgerald.

AE - Quem você espera ver amanhã na platéia? Por estar cantando numa casa de shows especializada em jazz, você acha que terá um público mais exigente?

S - Acho que haverá dois tipos de público: os meus fãs, aqueles seguidores que vão a todos os shows que faço com meu irmão, e as pessoas que costumam freqüentar a casa. Encontrei com vários fãs que me disseram "vou lá te ver, já comprei o ingresso". Já fui a vários shows no Bourbon, sei como é o público. São pessoas que gostam e prestigiam o jazz. Então, eles vão lá ver como é a Sandy cantando jazz.

AE - Você vai cantar jazz e bossa nova alguns dias depois de ter se apresentado com Caetano Veloso, na festa dos 40 anos da Globo. Essas escapadas do trabalho com a dupla estão cada vez mais freqüentes. Podemos dizer que sua carreira está tomando um novo rumo, que você anda querendo experimentar mais?

S - Não, é coincidência. Na verdade, vira-e-mexe aparecem alguns convites que aos meus olhos são irrecusáveis. Eu canto porque gosto, então quando aparece esse tipo de convite, para cantar com o Caetano ou para fazer esse show no Bourbon, não tenho como recusar. Foi assim quando cantei com Andrea Bocelli, quando eu tinha apenas 14 anos. Eu já fiz várias coisas fora do trabalho com meu irmão. Em 1997, por exemplo, eu cantei "Águas de Março" num especial da Elis Regina. No mês passado, fui convidada para cantar com o Pedro Mariano. Deixo a vida e a vontade me levar. Não é uma nova fase, coincidiu de ser assim. É bom variar de vez em quando, né?

AE - De onde vem o seu gosto por jazz? Houve alguma influência dos seus pais?

S - Não, foi uma coisa bem independente deles. Aliás, tudo o que eu ouvi na infância foi independente dos meus pais. O jazz surgiu na minha vida há três anos, ainda estou estudando, conhecendo. Um dos músicos da minha banda me deu de presente um disco da Ella Fitzgerald cantando músicas da Broadway. Curti muito. Tanto, que não tirava mais do meu aparelho de som. A partir daquele disco, comecei a procurar outros gravados por ela. Depois, fui atrás de outras cantoras e compositores.

AE - Nesse estilo, Ella Fitzgerald é sua maior influência?

S - Sim. Das mais novas, a Diana Krall é minha preferida.

AE - Já pensou na possibilidade de gravar um disco com as músicas do repertório de amanhã? Você acha que encontraria respaldo se decidisse chacoalhar sua carreira dessa forma?

S - Não sei, não pensei na possibilidade de gravar jazz. Sempre vou fazendo as coisas conforme a minha vontade, mas por enquanto não tenho nenhum plano. De qualquer forma, a nossa gravadora, a Universal, é muito aberta ao que o artista quer. Tenho certeza que se quisesse gravar, eles me apoiariam.

AE - Não está ensaiando para lançar uma carreira-solo? Já pensou na possibilidade de se separar do seu irmão?

S - Não, estou muito feliz cantando com meu irmão. A gente faz isso sempre, de sair da dupla para fazer trabalhos especiais, mas ainda é estranho. Não posso dizer nunca para nada, mas a gente não tem nenhum plano de se separar. Se a gente está junto é porque escolheu. Por enquanto, tudo o que a gente for fazer separado é paralelo, é junto com a nossa carreira.

AE - Você e Junior já estão trabalhando num novo disco?

S - Sim. Meu irmão está produzindo o CD. Mas estamos ainda no estágio de escolha de repertório. Estamos escolhendo as músicas, entre aquelas que os compositores mandam para a gente, compondo outras e ensaiando as que já foram escolhidas para serem gravadas. Mas ainda não temos uma data para lançar esse novo disco. Queremos fazer tudo com calma desta vez. e, quando estiver pronto a gente lança. Não dá para fazer tudo no "vamos lá, vamos lá".

SERVIÇO

Sandy. Bourbon Street Music Club (450 lug.). R. dos Chanés, 127, Moema, 5095-6100. Quarta (04) e quinta-feira(05), 22h. Couv. art.: R$ 150 (clientes Credicard têm 20% de desconto para até 4 lugares). CC.: todos.

Fonte: Agência Estado