Sandy praticamente não pisou no palco em 2008, ano em que planejou o que considera o acontecimento mais importante de sua vida: seu casamento, em setembro, com o cantor Lucas Lima. A união foi responsável pelos momentos mais tensos no período - ela até emagreceu ''uns gramas por causa da ansiedade'', revela. Depois acalmou. Seguiu para a lua-de-mel na Europa com o marido e, na volta, passou um período na casa dos pais esperando o apartamento que comprou, em Campinas, ficar pronto.
Contigo! quis saber o que mudou com o casamento. Ela pára, pensa e responde: ''Por enquanto, não mudou nada''. Depois, continua: ''Dá a impressão de que, agora, sou realmente adulta, sou uma mulher''. De fato, em sua nova vida, Sandy continua fazendo as coisas de sempre: freqüenta a academia da casa dos pais, onde pratica musculação e boxe (''Sou forte, viu? Minha personal fala que sou a Biônica Formiga Atômica, porque sou pequenininha e forte''), se mantém estudiosa (terminou a faculdade de letras, mas planeja fazer um curso de extensão), e mantém o ritual diário de beleza (filtro solar fator 50, batom, rímel e blush ao acordar). Aos 25 anos, diz que cansou de lutar contra a fama de princesa. ''Essa imagem não fui eu que construí, construíram para mim. Ficou gravada'', reclama. A seguir, os melhores momentos da entrevista exclusiva:
Por que acha que foi escolhida celebridade do ano?
Acho que por causa da exposição na mídia, por causa do casamento. Não necessariamente voluntária (risos)... E talvez os fãs tenham votado muito porque estejam com saudade de me ver no meio artístico trabalhando.
E você, está com saudade?
Muita! Estou morrendo de saudade, não estou agüentando mais.
O casamento foi o acontecimento mais importante do ano?
Ah, foi! Não posso negar. Casar é muito importante.
O que mudou em você depois do casamento?
Acho que não mudei em nada, a não ser pelo fato de que estou todos os dias com o meu marido. Ou quase todos os dias, porque ele viaja muito. É a pessoa que eu amo e que eu escolhi. É gostoso poder ter essa convivência diária e integral. Para mim, casar é importante. Tem gente que acha que não é, que passa a vida inteira sem casar e tudo bem. Não acho que seja importante para todo mundo, acho que cada um tem seu jeito de encarar. Para mim, tem uma importância grande. Não posso ignorar esse fato.
Você se sentiu mais segura e relaxada depois do casamento?
Talvez dê uma segurança, sim. É alguma coisa como o certificado oficial de que você cresceu. Dá a impressão de que, agora, sou realmente adulta, sou uma mulher. Por mais que eu já tivesse conquistado minha independência antes. Mas parece que é um atestado oficial mesmo de que agora é isso. É pra valer e não tem volta.
Em sua lista de casamento tinha muita coisa de cozinha. Sabe e gosta de cozinhar?
Eu tenho um carinho pela cozinha. Fazer uma comidinha para as pessoas que você gosta não é só o ato de prepará-la. É poder proporcionar a elas alguma coisa boa. É um ritual. Eu aprendi a cozinhar em livros de receitas, pesquisando na internet e com a moça que cozinha na casa dos meus pais. Eu vou atrás, me interesso. Na viagem de lua-de-mel a gente se encontrou com um chef de cozinha que é parente do meu marido (dá ênfase na palavra marido e Sorri) e ele me ensinou a fazer chutney de tomate.
Qual é a melhor qualidade do Lucas marido?
Ele tem muitas qualidades. É muito dedicado.
É verdade que Lucas ganhou uma bolsa para estudar fora do Brasil? E você iria com ele?
Se quisesse, Lucas poderia fazer mestrado na Alemanha ou nos Estados Unidos, por causa do desempenho dele na faculdade (ele cursa regência e composição na Universidade Estadual de Campinas). É um dos melhores alunos. Não sei se ele ganhou uma bolsa. Sou só a esposa, não sou ele, que poderia falar melhor sobre isso... Eu tenho muito orgulho dele, que é muito dedicado, ótimo profissional. Mas acho que ele vai ficar no Brasil. Ele tem a carreira dele e eu, né? (risos).
Mas você moraria fora do Brasil?
Agora, não. Tenho muita coisa para fazer aqui. Mas, quando eu ficar mais velha, não descarto a possibilidade de ter uma vidinha mais tranqüila lá fora. Mas não é o que quero por enquanto. Também não sei se eu conseguiria ficar longe da minha terra. Preciso ter o pé no chão, pertinho das raízes.
Qual foi o momento mais romântico da sua história com Lucas?
Foi o casamento. Não tem concorrência. Fora o casamento, a lua-de-mel e as viagens que fizemos juntos.
Vocês viajam muito?
Não muito, a gente tem pouco tempo. Mas já fizemos várias viagens juntos. Teve uma que foi mais especial, em que fomos para Praga e Amsterdã com dois amigos. E foi muito especial porque o lugar é lindo, muito romântico. Só o clima do lugar já deixa a gente flutuando. E o friozinho é muito romântico.
Quem é mais ciumento, você ou Lucas?
Graças a Deus, não temos problemas com isso. Nem ele nem eu. Ele viaja, faz os shows dele, e eu fico na minha, não pego no pé.
Sempre disse que ficava irritada com a imagem de ''princesinha''. Já se conformou com isso?
Já me conformei porque não adianta nem as pessoas verem que eu cresci, que eu casei. Não adianta elas terem acompanhado toda a minha trajetória e verem que eu cresci. Então, desisti (risos).
Você acha que depois do casamento, por se sentir mais mulher, as pessoas vão acabar percebendo isso?
Mais mulher eu me sinto faz tempo. Essa imagem moldada de princesa ficou como um amálgama. As pessoas não limpam as informações do passado para perceber o que ficou e o que está acontecendo na minha vida. E essa imagem não fui eu que construí, construíram para mim. Ficou gravada. Não tem como eu lutar contra isso.
Quando olha para trás sente vontade de ter tido uma infância diferente? Não acha que começou muito cedo?
Já parei pra pensar nisso. Faço análise e discuto minha vida inteira lá, sempre. Não fujo dos assuntos e das questões importantes da minha vida. Eu gosto de ser essa que eu sou, de ter a vida que eu tive, de ter a carreira que tenho e de imaginar o futuro que eu tenho pela frente. Minha infância e minha adolescência me constituíram como pessoa. Então, não quero mudar nada nem queria que nada tivesse sido diferente. Eu fui feliz na minha infância. Eu tinha um lado da vida que era igual ao de todas as outras crianças, que era estudar e brincar. Brincar um pouco menos do que todas as outras, é claro, porque eu também trabalhava. Mas eu podia me dedicar à brincadeira que considerava a mais divertida: cantar. Eu me realizei, fui feliz, não gostaria de mudar nada.
Mas em nenhum momento pensou em parar tudo?
Não, nunca. Aliás, eu não imaginava nem que iria me separar do meu irmão. Eu não pensava nisso como uma possibilidade até que chegou o momento em que sentimos essa vontade e seguimos nosso coração.
Em que momento surgiu essa vontade?
Foi uma soma de muitas coisas que foram cavando essa vontade aos pouquinhos dentro da gente. Então, teve um dia em que a gente fez uma reunião com o pessoal da gravadora para decidir que caminho tomar, qual seria o próximo projeto. Depois disso, conversei com Junior e decidimos que não continuaríamos a carreira da dupla. Não tinha mais para onde ir, já tínhamos explorado todas as possibilidades. A gente queria fazer uma coisa diferente, experimentar um novo estilo. E isso só seria possível se a gente se separasse.
Seus pais acataram a idéia prontamente ou questionaram?
Eles acataram e apoiaram. Depois, começaram a questionar. Meu pai ficou um pouquinho mais apegado ao negócio da carreira. Ele falava: ''Ah, daqui uns três anos vocês podem voltar a gravar um CD juntos''. E a gente insistia: ''Não pai, agora é pra valer''. Minha mãe aceitou mais rapidamente.
Quem vê de fora acredita que sua mãe exerce uma influência muito grande sobre sua vida. Mudou alguma coisa depois do casamento?
Não, não mudou nada. Minha mãe é uma pessoa muito inteligente e eu gosto de ter a opinião dela na hora de tomar decisões. Antes de eu nascer ela já lidava com o meio artístico. Então, eu não ignoro nada do que ela fala. Gosto de ter o apoio dela, de saber que está ao meu lado, de saber que ela está pensando igual a mim.
E depois do casamento, continua acatando o que ela fala?
Continua tudo igual. A única diferença é que a gente se vê menos porque não estamos mais morando juntas.
Quem são as pessoas em quem você mais confia?
Não pode ser da família, né? Tem de ser só amigos?
Escolha à vontade...
Eu tenho duas amigas dos tempos de colégio, e minha mãe, meu irmão, meu marido, óbvio, meu pai. Eu faço análise, tenho onde desabafar. E, se eu quiser desabafar com a minha família, também posso. Às vezes, sinto que não posso confiar em qualquer pessoa. Então, se vou dizer algo muito importante e imagino que a pessoa não vai segurar, não falo. Já tive de lidar com algumas traições, nada muito sério. Por causa disso, fiquei um pouco fechada demais. Mas, se a gente não entrega nada e se fecha, vive uma vida pequena. Então, fui me soltando. Hoje eu lido muito bem com as questões de confiança e amizade: em algumas pessoas eu sei que posso confiar, em outras nem tanto.
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