Esqueça a imagem de Sandy e Júnior. A dupla formada pelos filhos do
cantor Xororó acabou em dezembro de 2007 e cada um dos irmãos seguiu seu
rumo. Mas ainda hoje, quase cinco anos depois, há quem pense em um
quando se fala sobre o outro. Não que eles se incomodem com isso, mas já
é hora de entender que os dois trilham outros caminhos musicais.
Para provar, Sandy retorna aos palcos com sua primeira turnê solo,
Manuscrito. A cantora já havia feito alguns projetos paralelos anos
atrás, como um show de jazz e de MPB e algumas apresentações, também com
jazz e bossa nova ao lado do pianista Marcelo Bratke, mas foi tudo
entre 2005 e 2007.
Ano passado, Sandy Leah decidiu lançar-se oficialmente também como
compositora. Estreou oficialmente o disco solo Manuscrito, com 13 faixas
autorais e inéditas. Para divulgar, fez shows em São Paulo, Rio de
Janeiro, Porto Alegre e Curitiba. Depois de pausa nas apresentações, em
dezembro, gravou um programa Ensaio, da TV Cultura.
No dia 7, ela voltou aos palcos com Manuscrito, no Rio de Janeiro, e
seguiu para São Paulo onde se apresentou nos dias 13 e 14. Sobre a
reestreia, Sandy só tem a agradecer ao público. “Foi muito legal. Casa
lotada todos os dias”, resume. No show, definido como intimista, ela
apresenta faixas autorais, clássicos de outros artistas, como Beija eu,
de Marisa Monte, e Hoje eu quero sair só, de Lenine, e até músicas da
época de Sandy e Júnior.
“É tudo bem integrado, até os covers têm novos arranjos e nova
roupagem, para ficar com uma identidade musical coerente com o som do
disco” , antecipa a cantora. O cenário, da mesma forma que o show,
também é intimista e “gostoso”. De acordo com Sandy, “faz a gente se
sentir na sala de casa”.
Parte da banda que a acompanha na turnê é a mesma que gravou o disco em
estúdio. Eles vieram indicados por amigos, integrantes do próprio grupo e
até pelo marido da cantora, Lucas Lima, que estudou música em uma
faculdade de Campinas. “Vai acontecendo e a gente vai conhecendo. São
músicos de estúdio e de palco e são pessoas legais, a gente se diverte
pra caramba”, comemora.
Eternos parceiros
Quem assina a direção
do show é o irmão, Júnior Lima, que também se dedica atualmente a um
projeto de música eletrônica. Sandy está satisfeita com o resultado.
“Meu irmão mandou superbem. Foi muito criativo e me ajudou a conceber o
show. Como ele foi um dos produtores do disco e me ajudou a compor as
músicas, conhecia bem o repertório e o projeto como um todo. Era só eu
dizer o que estava pensando”, ela conta.
Juntos eles escolheram quem chamariam para fazer cenário, luz e a
co-direção: Douglas Aguillar, que havia trabalhado com a dupla, como
ator, no seriado de TV, Sandy e Júnior. Mas a presença do irmão foi
fundamental, além de facilitar as coisas. “Às vezes, nos encontrávamos,
mas também fazíamos reuniões por Skype. Um irmão que foi seu parceiro a
vida inteira dirigindo seu show é muito bom, porque é um contato muito
próximo. A gente pode se ligar de madrugada para falar de uma nova
ideia”, reforça a cantora.
Na plateia, Sandy já percebe uma mudança de perfil. “Há alguns fãs
fieis, da época da dupla. São os mais eufóricos, que gostam de gritar no
meio, mandar recado. Mas há também os novos, que se identificaram com o
trabalho de agora. Muitos casais, gente entre 30 e 40 anos, e ainda os
casais homossexuais abraçadinhos na plateia. É um público variado, ficou
bem misturado”, observa.
Ousada
“É um disco autêntico, mais corajoso, em que me exponho bastante.
Escrevi minhas músicas, expressando e imprimindo meus sentimentos e
minha personalidade”, garante a compositora, que afirma estar se
mostrando sem pudor, “sem medo de ousar”.
Questionada se já perdeu um pouco a paciência com tanta polêmica em
torno da campanha que fez para uma marca de cerveja, ela confessa: “Às
vezes, enche um pouco”. Conta que precisa falar várias vezes a mesma
coisa e parece que o tempo não passa, porque as perguntas se repetem.
Mas também confessa que já previa isso. “Essa repercussão era o que a
marca queria. Atingimos o objetivo”, brinca.
Sobre os próximos projetos, Sandy diz que pretende continuar em turnê
este ano. Pretende percorrer pelo menos todas as capitais do país. “Se
depender de mim, vou. Estou animadíssima para trabalhar bastante. Meu
foco é o show, divulgar a turnê”, avisa.
Sobre um novo disco, ela pretende começar a pensar apenas no ano que
vem. A agenda em BH prevê apenas uma apresentação, amanhã, no Grande
Teatro do Palácio das Artes.
Sandy
Neste sábado, 28, às 21h, no Palácio das Artes, Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro.
Ingressos: Plateia
1: R$ 120 (inteira); plateia 2: R$ 100 (inteira); plateia superior: R$
80 (inteira). Todas as meias-entradas estão esgotadas.
Informações (31) 3236-7400
Fonte: Portal Ragga