A favor do casamento gay, Sandy também quer mostrar maturidade no palco do Vivo Rio
Sandy
ainda cantava em dupla com o irmão, Júnior, quando começou a ter que se
explicar em entrevistas: que não era tão santinha assim, que não falar
sobre sexo não queria dizer que não fazia, etc. Mas, discreta e sempre
focada na carreira, ela hoje é uma mulher com suas opiniões e não se
priva de defendê-las. Basta que perguntem.
“Sou
a favor do casamento gay, sim. Todo mundo tem direito de amar, de se
envolver emocionalmente, socialmente. É um direito e não importa o sexo”, diz a cantora em entrevista a O DIA, às vésperas de se apresentar no Vivo Rio (o show é dia 28,domingo)
Ela
leva na brincadeira as eternas comparações com Wanessa, a herdeira de
Zezé Di Camargo que abraçou a causa dos homossexuais. “Já vi entrevistas
dela. Nos damos bem. O que temos em comum? Somos de famílias de
músicos. Ah! Agora eu também sou uma cantora solo. Temos a mesma idade,
mas ela é mais velha um mês! Faz aniversário em dezembro e eu, em
janeiro”, gargalha Sandy.
Sem
a companhia do irmão e parceiro, a cantora acaba de estrear sua
primeira turnê solo em Curitiba — na última sexta-feira —, com
repertório baseado no álbum ‘Manuscrito’. “É muita responsabilidade,
agora sou só eu!”, admite ela, que não se desvencilhou totalmente da
dupla que a consagrou. “Vou colocar uma coisa ou outra de Sandy &
Júnior no show. Senão, os fãs ficam tristes. É bom recordar o passado.
Só que dei uma repaginada nas músicas”, avisa.
Uma
participação de Júnior está descartada. “Não vou chamá-lo. Está cedo
para misturar. A gente acabou de terminar a dupla. O público precisa
entender meu trabalho solo. Júnior continua me ajudando, vai assistir ao
show, colaborou no disco...”, explica Sandy, que cantará sucessos de
Marisa Monte, Oasis e Lenine.
Ela
costuma chegar quatro horas antes do espetáculo e não precisa de muito
para ser feliz no camarim. “Imagina! Não faço altas exigências, várias
toalhas brancas. Não pode é faltar luz, suco de frutas, pão, um
macarrão, um espelho e banheiro”, lista ela, que recebe fãs antes de
subir ao palco. “São umas 40, 50 pessoas. Gente do meu fã-clube e
pessoal dos contratantes”.
Há
também toda uma preparação para entrar em cena. “Faço a maquiagem,
penso no roteiro, no que vou dizer ao público, depois aqueço a voz e
junto a galera da banda para uma oração”, entrega ela, que prefere
desaparecer quando o show termina. “Gosto de ir embora diretão. A não
ser quando a família, os amigos e outros artistas aparecem. Aí faço
atendimento duplo”, completa ela, doida para reencontrar o público
carioca. “No Rio, são todos muito calorosos, bem-humorados. Meu pai
(Xororó) sempre diz que é o povo que canta mais afinado. Eu concordo
plenamente”, elogia ela, que já tem casa lotada para a apresentação no
Rio.
‘Sou muito espontânea’
É
com ‘Pés Cansados’, primeiro single do álbum ‘Manuscrito’, lançado em
maio, que Sandy abre seu show. Das 13 músicas do disco, ela interpreta
12 no palco. Para a felicidade dos fãs, também canta algumas músicas da
dupla Sandy & Júnior, desfeita há três anos. São elas: ‘Quando Você
Passa (TuruTuru)’ e ‘Estranho Jeito de Amar’. “Sento no banquinho, toco
piano, surdo. Também dou uma dançadinha. Sou muito solta, espontânea.
Quero passar isso”, explica ela, que também se apropriou de músicas de
Marisa Monte (‘Beija Eu’), Oasis (‘Wonderwall), Lenine (‘Hoje Eu Quero
Sair Só’) e Lulu Santos (‘Casa’). “Todas estão com a levada do meu
disco”, diz Sandy, que é acompanhada por André Caccia Bava e Maurício
Caruso (guitarras e violões), Eloá Gonçalves (teclados), Alex Heinrich
(baixo) e Adelino Costa (bateria).
Fonte: O DIA ONLINE