26 de abr. de 2006

O Dia: Opostos que se atraem

Rio - Sandy atende o celular no carro e ao fundo ouve-se a voz de Norah Jones. É uma de suas cantoras preferidas e que faz a ponte, podemos dizer, entre o jazz tradicional que Sandy ouve no quarto e o pop rock produzido assim que ela encontra na sala o irmão Junior, de baquetas na mão. Metáforas à parte, o reencontro familiar ocorreu em Miami para a gravação do disco ‘Sandy e Junior’, o 15º da dupla.

“Sandy é mais ‘low profile’, gosta de piano e voz. Sou mais do rock e da bagunça, empurro para frente. As personalidades diferentes se somam e encontram o equilíbrio”, define Junior, também baterista em todas as faixas e co-produtor do CD. E Sandy acrescenta: “Estamos fazendo de nosso jeito. Estou mais relaxada e menos preocupada com técnicas de canto”.

Com sete composições de Sandy, incluindo a primeira feita ao piano, o disco equaciona as diferenças entre os irmãos, expostas recentemente em shows solos, e resume em ‘Discutível Perfeição’, a canção-desabafo de Sandy, o desejo de cortar as amarras. A letra diz coisas como “não me idealize”, “a princesa também fala palavrão” e “eu também preciso ir ao banheiro”. E foi feita para a imprensa. “E para quem mais vestir a carapuça. Só porque eu curtia a família virei a santinha que não queria namorar”, explica Sandy.
Mas será que, por acaso, a tal imagem idealizada não partiu das salas de marketing das gravadoras?

“É, talvez eu tenha alimentado a imagem sem querer. Era boba e me expunha mais do que devia”, admite.

Hoje, pela primeira vez no piano, Sandy compõe canções muito românticas como ‘Tudo Pra Você’. “Refletimos experiências pessoais no disco, mas a música não é para o Lucas”, diz a cantora, negando que os versos “você impregnou na minha carne” sejam para o namorado. “Namoramos há tempos e não estamos de brincadeira, mas nunca falamos em casar”, esclarece a nova ruiva do mundo das cantoras pop.

“Já fui loura, morena, de cabelo preto, liso e enrolado, e estava louca para ficar ruiva. Combina com minhas sardas”, conta, sem jamais levantar os cabelos cor de fogo e exibir assim, para qualquer um, a tatuagem que fez em janeiro na nuca com a frase em latim do poeta romano Virgílio: ‘Omnia vincit amor’ (O amor vence tudo). “A frase é da minha vida e não tatuei para ninguém”, ressalta, carimbando a independência.
Créditos: O Dia /GUGA (Fórum Alenda.com.br)