2 de jun. de 2011

Diário de Natal entrevista Sandy


Foram apenas 22 minutos de atraso. E de um número confidencial, no outro lado da linha, a própria Sandy se desculpa: "Olha, desculpa pelo atraso. Mas são mil coisas aqui. Será que podemos conversar rapidinho?". A entrevista a seguir diz respeito ao novo trabalho da cantora e agora compositora, intitulado Manuscrito.

A turnê do primeiro CD em carreira solo - lançado em maio de 2010 - foi retomada sob direção do irmão, Junior Lima, e produção do marido, Lucas. Sandy comentou a nova fase musical, inspirações e a vontade de gravar um CD de jazz. E não se eximiu de responder os motivos pelos quais gravou a divulgada propaganda da cerveja Devassa. A última garota-propaganda da cerveja foi a polêmica atriz Paris Hilton, cujos vídeos eróticos em transas com o namorado foram espalhados pela internet - uma imagem radicalmente oposta à de "menina muito comportada" ainda passada por Sandy. A "menina" de 27 anos agora está sozinha no vocal após quase 20 anos de carreira e apresenta as músicas de um CD autoral e mais maduro. Além das canções inéditas, Sandy selecionou sucessos da época em que fazia dupla com o irmão. A cantora também apostou em releituras. Sobre o show na cidade, ela comenta: "Estou muito feliz por me apresentar em Natal".

Manuscrito é mais autoral; traz um pop acústico. Esta será a tônica dos próximos trabalhos?
O CD ficou muito a minha cara: reflete quem sou como pessoa e artista. Acho que encontrei um estilo que me agradou e foi bem aceito pelo público, mas não sei se será o mesmo dos próximos álbuns.

O CD tem lá um que de tristeza em algumas canções. Foi reflexo de algum momento seu?
Sim. Foram momentos mais melancólicos que passei. E gosto de usar essa melancolia para compor esses acordes menores; ela me inspira muito, me encanta, me comove. E realmente tem algo biográfico, mas não é totalmente a minha história. São meus sentimentos que misturo com alguma ficção.

O CD está bem uniforme, com canções gostosas de ouvir. Foi difícil escolher o título?
Ah, muito obrigada! Mas olha, escolhemos as músicas Quem eu sou e Vou pensar (??), já bem aceitas pelo público.

No Programa do Jô você disse gostar muito de jazz e deu uma canja lá interpretando Summer Time. Já pensou em um CD mais ao estilo?
Gosto muito, muito, muito de jazz. É o que mais ouço. Já fiz turnê solo em um projeto paralelo quando ainda cantava com Junior. Era um repertório variado de músicas que eu gostava de cantar. Me realizei bastante. Mas é cedo para pensar nisso. Quem sabe, né?

Junior participou de algumas composições do CD e da concepção do show. Como se deu essa retomada na parceria?
Isso. Ele foi um dos produtores do disco. Também compôs duas músicas e é o diretor do show. Lucas é o produtor. Ele ajudou na concepção de cenário, de som... E aí chamamos especialistas para concretizar as ideias. Também fez vídeo junto com o diretor do clipe. E olha: ele deu show, é muito bom trabalhar com Junior.

Você já teve um retorno quanto à aceitação desse novo estilo?
Meu público é mais ou menos esse: um público já com seus 30 anos. E muitos continuam me acompanhando e se identificaram com o novo som. O bom é que vejo também outro público surgindo, que não se identificava tanto e hoje recebe bem essa nova proposta.

Você foi garota-propaganda da cerveja Devassa. A ideia foi uma jogada de marketing no intuito de mostrar sua nova fase ou foi um lance financeiro?
Nenhuma das duas coisas. Não foi marketing meu até porque recebi o convite deles. E achei um conceito de propaganda bem moderno. E outra: não menti ali. A propaganda fala de comportamento. Não é outra coisa. Todos nós temos um lado mais desinibido, descontraído. E tem o lado financeiro também. É importante para o artista se manter, se sustentar.


Fonte: Diário de Natal