26 de nov. de 2008

Junior em versão rock'n'roll



Após o fim da dupla formada com a irmã, Sandy, Junior Lima lançou, ontem, o primeiro CD de sua nova banda, Nove Mil Anjos. “Tinha dentro de mim a vontade de fazer rock’n’roll. Desde que nos separamos sabia que o gênero seria esse, tá ligado?”, diz Junior ostentando vistosas tatuagens, cabelo moicano e gírias adquiridas com os novos companheiros de trabalho.
Formada por ele na bateria, Champignon (ex-Charlie Brown Jr) no baixo, Peu (ex-Pitty) na guitarra e Perí nos vocais, Nove Mil Anjos já nasceu com status de supergrupo, fazendo sua estréia durante o Video Music Brasil, premiação da MTV, em outubro.
Produzido pelo argentino Sebastian Krys — ganhador de 11 Grammys — o CD foi gravado em Los Angeles, onde os rapazes ficaram 40 dias. “Sempre tive a mania de sonhar alto, assim fiz minhas conquistas. A banda é simplesmente a conseqüência das minhas vontades”, diz o filho de Xororó, com naturalidade.
“É uma coisa normal, ele vem do pop extremo, transcendeu até mesmo o pai e o tio, a gente sabia que seria desse jeito”, conforma-se Champignon. O ex-parceiro de Chorão é só elogios ao novo colega de banda. “O moleque já começou tocando para c*, com muita vontade, fiquei emocionado”.
Descolado, Junior não se importa com as expectativas criadas em torno de sua banda, depois dos 17 milhões de discos vendidos junto com a irmã. “Sou muito pé no chão, sei o que represento. Pensei nessa ‘parada’ logo no começo e sei que rola um período para a aceitação do público, tá ligado?”, explica, com a gíria recorrente.
Para ficar ‘ligado’ na reação dos fãs, Junior aproveita a falta de sono. “Varo madrugadas na Internet. Tudo é mais rápido, o celular não toca. Durmo lá pelas cinco da manhã”, entrega ele, que tem os links de sites e blogs onde sua música é discutida. Sempre como observador: “Apesar da vontade de participar, resisto bravamente. Se me envolver mudo o curso natural das coisas”, imagina.
E Junior viu que a primeira música disponibilizada na Internet, ‘Chuva Agora’, causou estranheza. “No começo o pessoal ficou assustado porque o som é diferente do que eu fazia. Mas agora, que o CD inteiro está na rede, a parada teve uma aceitação legal”.
Apesar de seus passados musicais, os integrantes não estão dispostos a sessões nostálgicas, relembrando sucessos. “Sei que vão chegar e nos pedir para tocar Charlie Brown e Pitty. Mas, se você realmente quer ouvir essas bandas, que vá ao show deles”, avisa Champignon.

Nove Mil Anjos não tem contrato com uma grande gravadora — o disco foi lançado pelo selo próprio, 9MA. “Talvez desse menos trabalho se lançássemos pela Universal Music (gravadora da dupla Sandy & Jr.), mas decidimos ser independentes, era o que queríamos”, afirma Junior, convicto da longevidade dos Anjos. “Queremos tocar juntos por muito tempo”.
Fonte: O Dia