Sandy: “Acho errado as pessoas rotularem”
A cantora diz que continua a preservar sua vida pessoal e que ninguém pode julgá-la como “filha, esposa, amiga ou irmã”
Sandy acaba de lançar seu primeiro CD solo, Manuscrito. Com 13
canções de sua autoria, o disco vendeu 40 mil cópias em dez dias. O
álbum foi produzido pelo irmão, Junior, e pelo marido, o músico Lucas
Lima. A cantora de 27 anos falou sobre a carreira e a vida pessoal
respondendo a perguntas de leitores de ÉPOCA. Sandy diz que fica
irritada com os boatos que surgem na mídia. “Minha conduta como filha,
esposa, amiga, irmã pouca gente sabe como é. Ninguém pode julgar ou
‘achar’ qualquer coisa”, diz. Ela afirma que encontrou no Twitter a
ferramenta para se comunicar de forma direta com seu público.
QUEM É
Sandy Leah Lima nasceu em Campinas, interior de São Paulo, em 28 de janeiro de 1983
O QUE FEZ
Acaba de lançar seu primeiro CD solo, Manuscrito, após uma parceria de quase duas décadas com o irmão, Junior Lima
CARREIRA
Vendeu 17 milhões de discos. Já se apresentou com astros como Caetano Veloso, Roberto Carlos, Andrea Boccelli e Laura Pausini
QUEM É
Sandy Leah Lima nasceu em Campinas, interior de São Paulo, em 28 de janeiro de 1983
O QUE FEZ
Acaba de lançar seu primeiro CD solo, Manuscrito, após uma parceria de quase duas décadas com o irmão, Junior Lima
CARREIRA
Vendeu 17 milhões de discos. Já se apresentou com astros como Caetano Veloso, Roberto Carlos, Andrea Boccelli e Laura Pausini
Como artista solo, você tenta desvincular
sua imagem do universo pop teen e se encaixar no universo cult, fazendo
referências a Clarice Lispector, dizendo que é melancólica. O que
pretende com a nova imagem?
Péricles Costa Stuhr, Porto Alegre, RS Sandy – Quando falo em melancolia e deixo clara minha admiração por Clarice Lispector e outros autores, meu objetivo é dar um panorama de quais são minhas referências na literatura, o que me inspira artisticamente. Meu trabalho em carreira solo é resultado daquilo que vivo e já vivi e, consequentemente, das coisas que gosto de ler, de ouvir etc. Minha imagem é apenas um reflexo disso. Não tenho a pretensão de escolher e/ou direcionar meu público. É o público quem nos escolhe. Minha intenção é continuar fazendo música, minha grande realização, e levar algo de positivo às pessoas.
Você teme que os fãs rejeitem esse projeto, já que pode ficar subentendido que o trabalho é voltado para outro público?
José Riglênio Guimarães, Aracaju, SE
Sandy – Vivi algo parecido na dupla com meu irmão. Como tivemos quase duas décadas de carreira, nosso público modificou-se. Alguns fãs se foram, outros chegaram. É um ciclo natural. Sei que isso acontecerá na fase solo. Fico feliz porque vejo alguns fãs “antigos” dando muito apoio; da mesma forma que também tenho notado gente nova se identificando.
No novo CD, todas as músicas foram compostas por você e soam bastante intimistas. Como lida com a exposição de seus sentimentos nas canções?
Elizandra Magalhães, Rio de Janeiro, RJ
Sandy – Este é o projeto em que mais me permiti exprimir meus sentimentos. As composições de Manuscrito não são necessariamente autobiográficas, mas falam muito de mim. No projeto há muitas coisas implícitas, subentendidas, mas que revelam até um limite que controlo. Continuo, sim, reservada no quesito vida pessoal. Mas aprendi a lidar muito melhor com tudo isso ao longo dos anos.
Se sua carreira solo e a do Junior não forem tão bem como esperam, já pensaram em voltar a cantar juntos?
Regiane Cortes, Muritis, MG
Sandy – Quando optamos por encerrar o projeto juntos, nem sabia o que seria da minha vida profissional. Passaram-se dois anos e meio até eu retornar com este projeto solo. Acabei de voltar e nem parei para pensar nisso. Mas posso adiantar que um “hipotético retorno da dupla” teria de estar atrelado a uma vontade nossa, e não por algo não ter “dado certo”.
Artistas que seguiram solo, como Paula Toller, Toni Garrido e Ivete Sangalo, continuam cantando músicas de suas “ex-bandas”. O receio de incluir músicas antigas nos shows é por não querer misturar as coisas ou insegurança de estar sem seu irmão?
Kelly Silva, Nova Iguaçu, RJ
Sandy – Ainda estou formatando meu show. Não defini o que vai entrar no repertório, além das 13 faixas do CD. Não excluo a possibilidade de cantar algumas músicas da fase mais recente da dupla. Músicas como “Abri os olhos” e “Estranho jeito de amar” combinam com a fase atual. E não considero “receio”. Só quero estar com um set list coerente e condizente com o projeto novo.
Você deixaria que seus filhos começassem uma carreira musical ainda crianças e, consequentemente, tivessem a vida exposta na mídia desde muito cedo, assim como aconteceu com você e seu irmão?
Beatriz Souza, Campinas, SP
Sandy – Não vou “estimular” isso porque sei quão difícil essa empreitada pode ser. Mas, se for a vontade deles, claro que vou dar apoio e incentivo, assim como meus pais fizeram.
Você acompanha o surgimento da nova geração de cantoras do Brasil? Maria Rita, Céu, Vanessa da Mata, Isabella Taviani, Roberta Sá, Mariana Aydar, Ana Cañas, Maria Gadú…
César Neves Júnior, Nilópolis, RJ
Sandy – Acho fantástico o “surgimento” desses grandes talentos. Faço questão de colocar “surgimento” entre aspas porque a grande maioria dessas cantoras está na estrada há muito mais tempo do que, de fato, o grande público conhece. São mulheres talentosíssimas, com trabalhos consistentes e um público cativo.
Você mantém contato constante com os fãs no Twitter. Já se sentiu invadida e com vontade de fechar a conta?
Rona Andalla, Uberaba, MG
Sandy – Abri minha conta no Twitter com o objetivo principal de manter um contato mais próximo com meu público. É uma comunicação direta e instantânea. Adoro essa ferramenta. Não me sinto “invadida” porque as pessoas leem em minha página aquilo que me senti à vontade em dividir com elas.
O que as pessoas e a mídia pensam sobre você que se trata de um tremendo engano?
Luana Sampaio Chagas, Rio de Janeiro, RJ
Sandy – Prefiro não usar um exemplo específico. Mas, de forma geral, considero um tremendo engano algumas pessoas julgarem minha personalidade e minhas atitudes sem me conhecer. Opinar sobre meu trabalho, o.k. Mas ninguém pode julgar ou “achar” qualquer coisa sobre minha conduta como filha, esposa, amiga, irmã, entre outras que procuro preservar. Acho muito errado as pessoas rotularem.
Agora que está mais madura e faz um trabalho para outro público, posaria nua?
Ricardo Alexandrino, Macaé, RJ
Sandy – Não aceitaria. Isso não tem a ver com maturidade. É claro que não serei hipócrita a ponto de dizer que não mexe com meu ego entrar nessas listas de mulheres mais sexy do Brasil. Como mulher, fico lisonjeada e acho bacana, mas não a ponto disso me impulsionar a fazer um ensaio nu.
O que você sentiu ao receber a notícia de que, em apenas 10 dias, “Manuscrito” já havia ganhado disco de ouro?
Elisa Carolina Cardoso, Caieiras, SP
Sandy – Fiquei extremamente feliz e muito surpresa. Quando decidi retomar a carreira musical, gravando um primeiro álbum solo e de músicas inéditas, não sabia exatamente como esta nova etapa seria aceita pelo público. Esta rápida resposta foi altamente gratificante e significativa pra mim; ainda mais levando-se em conta o atual momento do mercado fonográfico, em que a cada dia vendem-se menos discos.
Na música “Tempo”, você fala que até a “imagem no espelho passa”. Você já se sente velha?
Lídio Mateus, São Paulo, SP
Sandy – (rs). Em ‘Tempo’ a ideia é mostrar que tudo passa… Tanto as experiências boas quanto as ruins. Não me acho velha, não! Mas, apesar de ter apenas 27 anos, acho que já vivi muitas experiências… As boas e as ruins; como todo ser humano. Talvez, por ter começado a trabalhar tão cedo e ter tido que lidar com muitas responsabilidades tão precocemente, eu já tenha vivido coisas que algumas pessoas da minha idade vão passar só mais pra frente, como, por exemplo, ‘recomeçar’ na vida profissional. Tem gente que, aos ‘vinte e poucos’, está, de fato, começando, não é? A cada aniversário eu brinco: ‘mais velha, não: um ano mais experiente!’
O que a levou à carreira solo, num momento em que o público considerava interessante a permanência de sua parceria com seu irmão Júnior?
Pio Barbosa Neto, Fortaleza, CE
Sandy – Não foi uma decisão tomada do ‘dia para a noite’. Foi um processo natural e que nós dois amadurecemos juntos até chegar à decisão de encerrar a carreira em dupla. O fato das pessoas gostarem do nosso trabalho conjunto também nos deixava inseguros com a escolha. De forma bem ‘simplista’, era terminar algo que estava dando certo. Mas tivemos que ser honestos com nós mesmos… Os nossos caminhos musicais individuais já não se conversavam como antigamente.
O que você guarda do início da carreira, aos 6 anos. Hoje, você já conquistou tudo o que queria ou ainda tem algum sonho?
Liliã de Lima, Salvador, BA
Sandy – Muitas lembranças boas, momentos divertidos, acontecimentos inesquecíveis, grandes conquistas. Por mais clichê que possa parecer, é como se passasse um filme em minha cabeça… Repleto de personagens, lugares, paisagens e com uma narrativa cheia de ótimas surpresas. Já lancei 17 discos, fiz novela, seriado, cinema, percorri o Brasil de ponta a ponta, Maracanã, Rock’n Rio, terminei minha faculdade, me casei… Aos 27 anos acho que já conquistei muitas coisas. Sou feliz, grata e satisfeita com tudo. Mas acredito que o que nos move são os nossos sonhos. Não importa o tamanho deles, mas, sim, a intensidade com que estamos dispostos a vivenciá-los. Eu quero viver muitos ainda!
Ainda na época da dupla Sandy & Jr. vocês iniciaram a carreira internacional, mas acabaram abandonando o projeto pela falta de tempo. E agora, com a carreira solo, você tem pretensão de começar uma carreira no exterior?
Adrio de Lima, São Paulo, SP
Sandy – Meu foco é aqui no Brasil. Não pensei na hipótese de trabalhar este projeto no exterior. Se recebesse um convite pontual para fazer alguma apresentação em outro país, analisaria a possibilidade com carinho. Mas trabalhar a carreira internacional de forma mais ‘pró-ativa’, com divulgação, turnê em vários países etc. está fora de cogitação. Eu continuo sendo a mesma que, em 2002, deu prioridade ao Brasil.
Recentemente, você declarou que um sorriso pode esconder diversas mensagens que não necessariamente sejam felicidade ou alegria. Você já pensou na possibilidade de usar a sua música como um instrumento de fuga?
Bruno Cabral Rodrigues, Santos, SP
Sandy – É do ser humano usar alguns instrumentos de fuga de vez em quando. Tem gente que quando está triste, chora, outros comem demais, alguns dormem, tem os que se calam, outros falam muito. A música é parte integrante da minha vida. Ou estou cantando, ou ouvindo música… Já cantei nas mais distintas situações: feliz, triste, ansiosa, tranquila… Às vezes, quero ouvir música pra me divertir; às vezes, para refletir… Em cada momento, ela está presente em nossa vida de um jeito!
Quais são as influências musicais que você segue?
Hildebrando dos Santos Soares, São Paulo, SP
Sandy – Eu tenho um gosto eclético para a música, gosto de um pouco de tudo. Mas, ultimamente, tenho ouvido mais o pop e o rock britânicos. Curto muito do trabalho da KT Tunstall, Jamie Cullum, Damien Rice, Coldplay, a Nerina Pallot, que participou da faixa ‘Dias Iguais’… E muitos outros. Não tenho influências muito diretas no meu trabalho, mas sei que o que a gente curte e ouve acaba refletindo nele indiretamente.
Você acredita que possa existir uma grande amizade entre você e algum fã seu? Isso já aconteceu?
Guilherme Colombro, Lorena, SP
Sandy – Claro que sim! Já aconteceu e mantenho estas amizades verdadeiras e sinceras até hoje! Não é algo muito comum, mas é possível; não teria por que não ser.
Péricles Costa Stuhr, Porto Alegre, RS Sandy – Quando falo em melancolia e deixo clara minha admiração por Clarice Lispector e outros autores, meu objetivo é dar um panorama de quais são minhas referências na literatura, o que me inspira artisticamente. Meu trabalho em carreira solo é resultado daquilo que vivo e já vivi e, consequentemente, das coisas que gosto de ler, de ouvir etc. Minha imagem é apenas um reflexo disso. Não tenho a pretensão de escolher e/ou direcionar meu público. É o público quem nos escolhe. Minha intenção é continuar fazendo música, minha grande realização, e levar algo de positivo às pessoas.
Você teme que os fãs rejeitem esse projeto, já que pode ficar subentendido que o trabalho é voltado para outro público?
José Riglênio Guimarães, Aracaju, SE
Sandy – Vivi algo parecido na dupla com meu irmão. Como tivemos quase duas décadas de carreira, nosso público modificou-se. Alguns fãs se foram, outros chegaram. É um ciclo natural. Sei que isso acontecerá na fase solo. Fico feliz porque vejo alguns fãs “antigos” dando muito apoio; da mesma forma que também tenho notado gente nova se identificando.
No novo CD, todas as músicas foram compostas por você e soam bastante intimistas. Como lida com a exposição de seus sentimentos nas canções?
Elizandra Magalhães, Rio de Janeiro, RJ
Sandy – Este é o projeto em que mais me permiti exprimir meus sentimentos. As composições de Manuscrito não são necessariamente autobiográficas, mas falam muito de mim. No projeto há muitas coisas implícitas, subentendidas, mas que revelam até um limite que controlo. Continuo, sim, reservada no quesito vida pessoal. Mas aprendi a lidar muito melhor com tudo isso ao longo dos anos.
Se sua carreira solo e a do Junior não forem tão bem como esperam, já pensaram em voltar a cantar juntos?
Regiane Cortes, Muritis, MG
Sandy – Quando optamos por encerrar o projeto juntos, nem sabia o que seria da minha vida profissional. Passaram-se dois anos e meio até eu retornar com este projeto solo. Acabei de voltar e nem parei para pensar nisso. Mas posso adiantar que um “hipotético retorno da dupla” teria de estar atrelado a uma vontade nossa, e não por algo não ter “dado certo”.
Artistas que seguiram solo, como Paula Toller, Toni Garrido e Ivete Sangalo, continuam cantando músicas de suas “ex-bandas”. O receio de incluir músicas antigas nos shows é por não querer misturar as coisas ou insegurança de estar sem seu irmão?
Kelly Silva, Nova Iguaçu, RJ
Sandy – Ainda estou formatando meu show. Não defini o que vai entrar no repertório, além das 13 faixas do CD. Não excluo a possibilidade de cantar algumas músicas da fase mais recente da dupla. Músicas como “Abri os olhos” e “Estranho jeito de amar” combinam com a fase atual. E não considero “receio”. Só quero estar com um set list coerente e condizente com o projeto novo.
Você deixaria que seus filhos começassem uma carreira musical ainda crianças e, consequentemente, tivessem a vida exposta na mídia desde muito cedo, assim como aconteceu com você e seu irmão?
Beatriz Souza, Campinas, SP
Sandy – Não vou “estimular” isso porque sei quão difícil essa empreitada pode ser. Mas, se for a vontade deles, claro que vou dar apoio e incentivo, assim como meus pais fizeram.
Você acompanha o surgimento da nova geração de cantoras do Brasil? Maria Rita, Céu, Vanessa da Mata, Isabella Taviani, Roberta Sá, Mariana Aydar, Ana Cañas, Maria Gadú…
César Neves Júnior, Nilópolis, RJ
Sandy – Acho fantástico o “surgimento” desses grandes talentos. Faço questão de colocar “surgimento” entre aspas porque a grande maioria dessas cantoras está na estrada há muito mais tempo do que, de fato, o grande público conhece. São mulheres talentosíssimas, com trabalhos consistentes e um público cativo.
Você mantém contato constante com os fãs no Twitter. Já se sentiu invadida e com vontade de fechar a conta?
Rona Andalla, Uberaba, MG
Sandy – Abri minha conta no Twitter com o objetivo principal de manter um contato mais próximo com meu público. É uma comunicação direta e instantânea. Adoro essa ferramenta. Não me sinto “invadida” porque as pessoas leem em minha página aquilo que me senti à vontade em dividir com elas.
O que as pessoas e a mídia pensam sobre você que se trata de um tremendo engano?
Luana Sampaio Chagas, Rio de Janeiro, RJ
Sandy – Prefiro não usar um exemplo específico. Mas, de forma geral, considero um tremendo engano algumas pessoas julgarem minha personalidade e minhas atitudes sem me conhecer. Opinar sobre meu trabalho, o.k. Mas ninguém pode julgar ou “achar” qualquer coisa sobre minha conduta como filha, esposa, amiga, irmã, entre outras que procuro preservar. Acho muito errado as pessoas rotularem.
Agora que está mais madura e faz um trabalho para outro público, posaria nua?
Ricardo Alexandrino, Macaé, RJ
Sandy – Não aceitaria. Isso não tem a ver com maturidade. É claro que não serei hipócrita a ponto de dizer que não mexe com meu ego entrar nessas listas de mulheres mais sexy do Brasil. Como mulher, fico lisonjeada e acho bacana, mas não a ponto disso me impulsionar a fazer um ensaio nu.
O que você sentiu ao receber a notícia de que, em apenas 10 dias, “Manuscrito” já havia ganhado disco de ouro?
Elisa Carolina Cardoso, Caieiras, SP
Sandy – Fiquei extremamente feliz e muito surpresa. Quando decidi retomar a carreira musical, gravando um primeiro álbum solo e de músicas inéditas, não sabia exatamente como esta nova etapa seria aceita pelo público. Esta rápida resposta foi altamente gratificante e significativa pra mim; ainda mais levando-se em conta o atual momento do mercado fonográfico, em que a cada dia vendem-se menos discos.
Na música “Tempo”, você fala que até a “imagem no espelho passa”. Você já se sente velha?
Lídio Mateus, São Paulo, SP
Sandy – (rs). Em ‘Tempo’ a ideia é mostrar que tudo passa… Tanto as experiências boas quanto as ruins. Não me acho velha, não! Mas, apesar de ter apenas 27 anos, acho que já vivi muitas experiências… As boas e as ruins; como todo ser humano. Talvez, por ter começado a trabalhar tão cedo e ter tido que lidar com muitas responsabilidades tão precocemente, eu já tenha vivido coisas que algumas pessoas da minha idade vão passar só mais pra frente, como, por exemplo, ‘recomeçar’ na vida profissional. Tem gente que, aos ‘vinte e poucos’, está, de fato, começando, não é? A cada aniversário eu brinco: ‘mais velha, não: um ano mais experiente!’
O que a levou à carreira solo, num momento em que o público considerava interessante a permanência de sua parceria com seu irmão Júnior?
Pio Barbosa Neto, Fortaleza, CE
Sandy – Não foi uma decisão tomada do ‘dia para a noite’. Foi um processo natural e que nós dois amadurecemos juntos até chegar à decisão de encerrar a carreira em dupla. O fato das pessoas gostarem do nosso trabalho conjunto também nos deixava inseguros com a escolha. De forma bem ‘simplista’, era terminar algo que estava dando certo. Mas tivemos que ser honestos com nós mesmos… Os nossos caminhos musicais individuais já não se conversavam como antigamente.
O que você guarda do início da carreira, aos 6 anos. Hoje, você já conquistou tudo o que queria ou ainda tem algum sonho?
Liliã de Lima, Salvador, BA
Sandy – Muitas lembranças boas, momentos divertidos, acontecimentos inesquecíveis, grandes conquistas. Por mais clichê que possa parecer, é como se passasse um filme em minha cabeça… Repleto de personagens, lugares, paisagens e com uma narrativa cheia de ótimas surpresas. Já lancei 17 discos, fiz novela, seriado, cinema, percorri o Brasil de ponta a ponta, Maracanã, Rock’n Rio, terminei minha faculdade, me casei… Aos 27 anos acho que já conquistei muitas coisas. Sou feliz, grata e satisfeita com tudo. Mas acredito que o que nos move são os nossos sonhos. Não importa o tamanho deles, mas, sim, a intensidade com que estamos dispostos a vivenciá-los. Eu quero viver muitos ainda!
Ainda na época da dupla Sandy & Jr. vocês iniciaram a carreira internacional, mas acabaram abandonando o projeto pela falta de tempo. E agora, com a carreira solo, você tem pretensão de começar uma carreira no exterior?
Adrio de Lima, São Paulo, SP
Sandy – Meu foco é aqui no Brasil. Não pensei na hipótese de trabalhar este projeto no exterior. Se recebesse um convite pontual para fazer alguma apresentação em outro país, analisaria a possibilidade com carinho. Mas trabalhar a carreira internacional de forma mais ‘pró-ativa’, com divulgação, turnê em vários países etc. está fora de cogitação. Eu continuo sendo a mesma que, em 2002, deu prioridade ao Brasil.
Recentemente, você declarou que um sorriso pode esconder diversas mensagens que não necessariamente sejam felicidade ou alegria. Você já pensou na possibilidade de usar a sua música como um instrumento de fuga?
Bruno Cabral Rodrigues, Santos, SP
Sandy – É do ser humano usar alguns instrumentos de fuga de vez em quando. Tem gente que quando está triste, chora, outros comem demais, alguns dormem, tem os que se calam, outros falam muito. A música é parte integrante da minha vida. Ou estou cantando, ou ouvindo música… Já cantei nas mais distintas situações: feliz, triste, ansiosa, tranquila… Às vezes, quero ouvir música pra me divertir; às vezes, para refletir… Em cada momento, ela está presente em nossa vida de um jeito!
Quais são as influências musicais que você segue?
Hildebrando dos Santos Soares, São Paulo, SP
Sandy – Eu tenho um gosto eclético para a música, gosto de um pouco de tudo. Mas, ultimamente, tenho ouvido mais o pop e o rock britânicos. Curto muito do trabalho da KT Tunstall, Jamie Cullum, Damien Rice, Coldplay, a Nerina Pallot, que participou da faixa ‘Dias Iguais’… E muitos outros. Não tenho influências muito diretas no meu trabalho, mas sei que o que a gente curte e ouve acaba refletindo nele indiretamente.
Você acredita que possa existir uma grande amizade entre você e algum fã seu? Isso já aconteceu?
Guilherme Colombro, Lorena, SP
Sandy – Claro que sim! Já aconteceu e mantenho estas amizades verdadeiras e sinceras até hoje! Não é algo muito comum, mas é possível; não teria por que não ser.