27 de dez. de 2005

Amor de Fã: disso a gente entende neh???!


Qual é o adolescente que nunca enfrentou horas de fila para comprar ingresso do show de um ídolo? E tem ainda os mais radicais: que cobrem as paredes do quarto com pôsteres, revistas e fotografias. Às vezes, os pais até se preocupam: até que ponto ser fã pode ser saudável?
Felipe Dylon admira Eric Clapton, que amava os Beatles, que amavam Elvis Presley, que amava Billie Holliday, que amava muita gente. Ter ídolos faz parte da história e faz parte da adolescência. Gente jovem cria vínculos, imagem e semelhança com aquilo que admira, com um pouco de fantasia, alegria e intensidade. Mas até que ponto a idolatria é saudável?
“É uma necessidade do ser humano ter ídolos. Nós precisamos de modelos, e é assim que nós aprendemos a ser gente e conviver em sociedade. Na adolescência, que é uma época em que a identidade está se estabelecendo, isso fica ainda mais forte. Por isso, os adolescentes procuram os ídolos, que, em geral, são de dois tipos: é a pessoa que a gente gostaria de ser ou é o ídolo que a gente gostaria de ter como parceiro amoroso, quando é a pessoa que a gente gostaria de namorar”, explica o psiquiatra Roberto Santoro Almeida.
No quarto de Isabela, as fotos do ídolo, o cantor Felipe Dylon, ocupam todas as paredes, o computador, os cadernos dela e das amigas. Até o celular dessas fãs repete os acordes da música do ídolo de olhos claros, quase tão adolescente quanto elas. Todas já tiraram centenas de fotos com ele.
E ele já conhece essas fãs pelo nome. “Ele já ganhou uma intimidade que ele me pergunta como estou, me chama de Belinha”, afirma Isabela. “O meu nome é Iohana, mas ele me chama de Ioiô, me pergunta como estou”, diz Iohana. “Quando alguém me chama de forma carinhosa, eu vou atrás”, comenta o cantor Felipe Dylon.
Proximidade rara em um tempo em que muitos artistas preferem se manter mais distantes.
“Eu acho que a pessoa tendo, não digo uma idolatria, mas uma identificação com uma outra pessoa que trabalha com uma coisa que é do bem, que é legal, que só planta a felicidade e o amor, eu não vejo nenhum problema”, observa o cantor Felipe Dylon.
“Acho que ele cativa todos por isso. O principal dele é esse jeito humilde, o jeito de tratar as fãs. Isso cativa todas. Não tem quem não goste dele”, afirma Isabela. Leonardo, Érica e Renato admiram de longe a canadense Avril Lavigne.
Colecionam fotos e toques de celular. Trocam idéias com fãs mundo afora. “Da Alemanha, Japão, Estados Unidos e o pessoal daqui do Brasil. A gente troca foto, músicas, vídeos pela internet”, comenta Érica.
“A gente vai para São Paulo conhecer novos fãs. O pessoal de São Paulo vem para o Rio. Fazemos encontros”, acrescenta Leonardo.
Mesmo com todo esse carinho, elas juram que não passam do limites, que respeitam a privacidade do ídolo.
Mais perto que chegaram da jovem cantora foi em show no Brasil. Mesmo assim... “O mais próximo foi ficar na grade. Fui no show de São Paulo também. Foi uma coisa única”, lembra Érica.
O amor incondicional não diminui. “O fã tem um amor que é sem igual. É um amor diferente. É muito difícil explicar como é o amor de fã”, comenta Josimar que, junto com amigos, criaram um fã-clube de Sandy e Junior em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Também colecionam tudo o que se refere aos irmãos cantores. Chegar perto deles nem sempre é possível, mas quando acontece... “É uma emoção diferente. Você vê aquela pessoa que você admira durante anos, que você sempre sonhou em conhecer, quando você a encontra, você pode dar um abraço nela”, observa Josimar. “Eu não tive reação quando eu a vi pela primeira vez. Eu congelei ali e fiquei”, diz um jovem. O tempo de suspiros, de encantamento, de admiração incondicional, isso fica para sempre. Doce página na memória da adolescência.
Fonte: RJ TV/A4E