15 de abr. de 2011

Colunista comenta e opina episódio em que opinião de Sandy não foi bem aceita no Twitter

O texto foi escrito por Yashá Gallazzi para um blog, que comenta e opina sobre um dos episódios em que a opinião de Sandy não foi bem-aceita no twitter.


Não sou um “tuiteiro” profissional. Pelo contrário: comecei a usar o tal “mini blogger” há bem pouco tempo e ainda estou longe de dominar seus recursos. Na verdade, acho que o problema é a minha prolixidade, que definitivamente não combina com os escassos 140 toques permitidos pela “geringonça”. Mas por que falar do Twitter? Bom, eu não sou, como dito, um profissional. Mas nem precisaria sê-lo para acompanhar o linchamento virtual que foi promovido contra a Sandy – a cantora – há poucos dias.


Caso não saibam, a moça – ou melhor, senhora – achou por bem expor sua crítica a um eventual terceiro mandato de Lula, aquele mesmo que sempre falou em defesa da ética, mas que, hoje, se dedica a defender Sarney, Calheiros e Collor. Sandy, que entende mais de democracia do que muito intelectual brasileiro refém do marxismo bocó, explicou por que um terceiro mandato deve ser repelido, inclusive propondo um pequeno exercício de comparação com as legislações de outros países.


Simplificando, ela poderia ser convidada a ministrar um curso rápido aos petistas, principalmente aos mais gabaritados, como a dona Dilma e o Celso Amorim, por exemplo. Aquela, sabemos, é uma ex-terrorista, enquanto que este último sempre mostrou muita desenvoltura ao apoiar ditadores dos mais perversos. De democracia, está posto, essa gente nunca gostou.


Depois que Sandy resolveu defender a democracia, a patrulha petralha e lulista caiu matando sobre a coitada. Sim, entre a democracia e Lula, eles ficam com Lula. Afinal, ambos são claramente incompatíveis. Assim, não é de causar estranhamento que a mesma canalha capaz de apoiar o “mico mandante” Chávez, também consiga defender de forma tão aborrecidamente enfadonha a permanência de Lula no poder. O que me surpreende é ver que eles não se contentam em expressar seu ódio à democracia. Vão além: atacam pessoalmente qualquer um que tente defendê-la. Eis aí outro emblema desse grupo: sempre se dizem favoráveis a “um bom debate”, desde que todos os debatedores defendam as ideias que lhes forem mais favoráveis. Enfrentar o contraditório e a crítica, sabemos, é algo inimaginável.


Assim, Sandy tornou-se a Geni da internet brasileira, apanhando e recebendo pedradas de todos os lados. A máquina de difamação montada pelo petismo é muito eficaz e, em questão de horas, a página inicial da moça no “Twitter” estava tomada por ataques bestiais, escritos invariavelmente naquela língua que se assemelha apenas um pouco com o português. Aliás, essa é mais uma característica dos que cito: eles simplesmente não aprendem a manejar as palavras. São incompatíveis com a gramática da mesma forma como o são com a democracia.


O curioso é que muitos dos que atacaram Sandy o fizeram alegando que ela não teria gabarito para falar sobre política e democracia, afinal, seria “apenas uma cantora”. Hum… Digam-me se não é o “duplipensar” dos petralhas em evidência! Eu pergunto: se a Sandy não pode palpitar sobre a política, por que o Chico Buarque pode? Sim, segundo os fãs de Lula, o famoso cantor não só pode como deve falar tudo o que pensa acerca do tema. Na verdade, Chico nem é mais tratado apenas como artista. Já se tornou um verdadeiro intelectual da política brasileira.


O ponto aqui é bem simples: Sandy é atacada porque sua voz destoa daquela bradada pela manada ensandecida que serve de base de sustentação para o lulismo. Já Chico, por sua vez, defende a mesma “causa” dessa gente abespinhada, razão por que é sempre ouvido como se fosse um lumiar da sabedoria progressista.


Na cabeça doentia dessa gente, Sandy é a direita reacionária e preconceituosa. É a classe média burguesa que se ocupa de atacar o presidente “dozoperário” e “dozoprimido”. Já Chico é o visionário! O gênio! Aquele que soube driblar a censura dos militares, camuflando supostas odes revolucionárias dentro de sambas de qualidade poética bastante duvidosa. Não deixa de ser engraçado perceber que os críticos de Sandy, capazes de censurar a produção musical da moça (o que é “Vâmo pulá”?), são os mesmos que ouvem coisas como “A Banda” com lágrimas nos olhos, acreditando piamente que se trata de um ato de resistência contra o império capitalista opressor.


Eis o retrato mais fiel do deplorável momento político que vive o Brasil. Quem defende a democracia e o sistema de liberdades individuais é atacado sem piedade. E quem é o algoz? A mesma gente que se junta para louvar os feitos de Lula, Chávez, Correa e tantos outros gorilas que buscam, dia após dia, solapar aquela mesma democracia. Vida longa a Sandy!


* Yashá Gallazzi é colunista do Perspectiva Política às sextas e editor do blog Construindo o Pensamento