31 de ago. de 2010

"O gol eu fiz com minha irmã". Confira entrevista de Junior Lima para o MegaZine

'O gol eu fiz com minha irmã ', diz Junior Lima, que lança terceiro projeto musical sem a irmã ...

Junior Lima, Amon Lima e Pedro Torres, do grupo Dexterz Divulgação Gabriel Wickbold
Junior Lima, Amon Lima e Pedro Torres, do grupo Dexterz Divulgação Gabriel Wickbold -
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RIO - Ele era 50% da dupla mais famosa do Brasil, mas, desde que parou de cantar com a irmã, Sandy, há três anos, pouco se ouviu falar no nome de Junior. Só que o filho mais novo de Xororó continua respirando música. Baterista assumido, andou pelo underground paulistano com o grupo Soul Funk, que acabou em 2007; e lançou CD com a banda Nove Mil Anjos, que só teve um ano de vida. Agora, ele volta à carga com o Dexterz, um trio de música eletrônica. Para o paulista, é tempo de experimentar.- As pessoas me perguntam se estou numa busca musical ou tentando me encontrar. Mas já me encontrei. O gol eu já fiz com minha irmã. Agora, aos 26 anos, quero experiência e desafio. Aprender coisas novas é o meu prazer - diz Junior.
A era Sandy e Júnior

Durante 17 anos, os filhos de Xororó foram do sertanejo ao pop. Quando Sandy Leah Lima quis cantar MPB e Durval de Lima Junior virou suas baquetas para o rock, a solução foi o rompimento.
- Tínhamos muitos fãs e a responsabilidade era grande. Para fazer o que eu queria, tive que romper e começar do zero - conta o músico.

Atualmente, Junior encontra Sandy em casa ou em sessões de estúdio: foi coautor de faixas e produtor do primeiro CD solo da irmã, "Manuscrito". Ele não descarta reviver os velhos tempos.
- Não vou falar que não. Se um dia a gente se encontrar musicalmente, vai rolar. Mas temos nos encontrado como irmãos. Antes, a dupla vinha em primeiro lugar. Agora, essa relação vem na frente.

'Existe muito preconceito'

A banda de black music SoulFunk foi meio que um ensaio da carreira off-Sandy de Junior. O grupo, que tocava numa casa alternativa de São Paulo, começou antes mesmo de a dupla acabar, e encerrou os trabalhos quando Junior foi fazer a turnê de despedida com a irmã, em 2007. Desde então, a maior investida do músico não deu certo. Em 2008, ele formou a Nove Mil Anjos com um elenco especial, que, além de Junior, tinha o baixista Champignon (ex-Charlie Brown Jr), o guitarrista Peu Sousa (ex-Pitty) e o vocalista Péricles Carpigiani (Perí). O grupo lançou um CD, mas recebeu uma chuva de críticas, não saiu do chão e chegou ao fim melancólico um ano depois.

- Era para ser um projeto de um disco só mesmo, mas depois ficamos com vontade de continuar. Só que o cenário é difícil, porque existe muito preconceito, sim. Mais do público do que de outros artistas. O metaleiro não nos aceitava, enquanto os artistas do metal estavam do nosso lado - conta o filho de Xororó.


Do sertanejo ao eletrônico

Quem diria? O moleque de 8 anos que cantava sertanejo de topete e camisa caipira, agora, está obcecado por música eletrônica. O trio Dexterz é formado pelo DJ Julio Torres e o violinista Amon Lima, saídos do Crossover, e Junior, que entra com bateria e percussão. Além de ter o prazer de tocar com um amigo e com seu concunhado - Amon é irmão do marido de Sandy, Lucas Lima -, ele está experimentando um novo ambiente, o das discotecas, e mais um estilo de música.

- Sempre gostei de eletrônico, mas não havia me aprofundado. Estou ouvindo muita coisa, mas tem um universo enorme para ser descoberto - explica Junior, que já gravou uma faixa com o trio, mas ainda não sabe o que fazer com ela.- Não sei se vamos continuar trabalhando e gravar um CD, EP ou só lançar a música na web.

O Dexterz vem ganhando corpo. Começou tocando para 500 pessoas e agora agita a noite de até 3 mil. Mas nada comparado ao que foi Sandy & Junior.

- Nas viagens, somos cinco pessoas: nós três, um roadie e um segurança. Com Sandy, chegamos a ter 200 pessoas na equipe - compara Junior.

Três perguntas

MEGAZINE: Quando se desligou de Sandy, você disse que queria experimentar o underground. Deu certo?
JUNIOR LIMA: Até consegui tocar em lugares pequenos e me aproximar do público, mas, quando o meu nome pipoca, não tem jeito de ficar no underground. Na época do Soul Funk, tinha dias em que eu nem conseguia sair do palco e curtir com a galera.

MEGAZINE: A sua relação com a música eletrônica existe desde quando?

JUNIOR: Eu não entendia a música eletrônica, mas tenho me aprofundado cada vez mais. Hoje, tenho contas em sites para fazer download pago. E venho escutando muito Nic Fanciulli, Josh Winki, Deadmau5 etc.

MEGAZINE: Depois que Sandy se casou, como ficou a vida de filho único de Xororó e Noely? Planos de casamento?
JUNIOR: Estou morando em São Paulo desde 2008... sozinho (risos). Não me casei, não está na hora.
Fonte: O Globo