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Rio - Quando Daniella Cicarelli chegou à Band, em março, a euforia foi
tanta que se falou em disputar com Fausto Silva, da Globo, e Gugu
Liberato, do SBT, a audiência dos domingos.
Na real, a apresentadora viu seu ‘Quem Pode Mais?’ perder o formato
original, mudar de direção e patinar no Ibope, com médias de dois
pontos. Em setembro, a atração — que era exibida às 14h — saiu do ar e
Cicarelli ficou fora da programação.
“Estava no programa errado, no dia errado. Domingo não é para mim.
Domingo é do esporte. E o horário também era difícil. O programa foi
perdendo a identidade”, reconhece Cicarelli, refletindo um discurso que
ouviu na inauguração da filial da Band, em Natal. “O fundador disse que
‘a Band soube a hora de ser grande e pequena’. É importante saber a hora
que está dando certo e a que não está. Erros acontecem”.
Dois meses depois, com a mesma disposição, a apresentadora está de
volta. Ao lado de Marcelo Tas, do ‘CQC’, Cicarelli comanda quinta-feira,
às 22h, a festa brasileira do nono Grammy Latino, em São Paulo. É que,
este ano, categorias exclusivamente brasileiras do prêmio terão
cerimônia separada, ao mesmo tempo em que acontece a original, em
Houston, Estados Unidos.
“A música é nossa grande arte e nossos artistas não eram valorizados
como deveriam. Eles iam para lá e tomavam chá de cadeira, nem apareciam
na transmissão. Agora vamos dar um tratamento à altura”, promete Tas.
A festa americana será acompanhada por Patrícia Maldonado: Roberta Sá e
Diogo Nogueira concorrem na categoria Artista Revelação e Djavan e
Giberto Gil disputam o prêmio de melhor cantor-compositor.
Nas categorias brasileiras do Grammy, concorrem nomes como Maria
Bethânia e Caetano Veloso. Curador da noite de gala para 800 convidados,
Nelson Motta trará ao palco encontros inusitados. “Será a festa da
diversidade. Encontros musicais imprevisíveis, entre estilos
aparentemente diferentes, mas que estão mais próximos do que parece”,
diz Nelson, exemplificando com o dueto de Sandy e Paula Toller no melhor
estilo Carmen Miranda.
Sandy e Paula Toller
A noite terá ainda intervenções da companhia de Deborah Colker e
esquetes de humor do ‘CQC’. “Assim como o Grammy Latino é um braço do
Grammy americano, quem sabe a gente não consegue outro braço com um
Grammy brasileiro?”, questiona Cicarelli, que no dia fará quatro trocas
de roupa.
Depois do evento, Cicarelli só voltará na programação de verão do canal.
“Quero ser um curinga. Se me colocarem para fazer culinária de manhã,
vamos lá. Se for para programa de entrevista à noite, também”, garante.
Paralelamente, Cicarelli tem se dedicado à faculdade de Direito e aos
estudos religiosos. “Além de ser supercatólica, estou estudando Cabala.
No catolicismo, Deus só dá o que você pode carregar. Na Cabala, não
existe coincidência”, diz a aluna, em falta na faculdade. “Quando entro
em sala, o professor pensa: ‘chegou a pedinte’, que pede para abonar as
faltas. Explico que preciso trabalhar.”
De Nova Iguaçu para o Grammy (Ricardo Calazans)
Uma das bandas de maior sucesso no Brasil, embora desconhecida do
público ‘laico’, o grupo Toque no Altar embarcou ontem à noite para os
Estados Unidos. Criado em 2002 pelo pastor Marcos Gregório, da igreja
evangélica Ministério Apascentar de Nova Iguaçu, o Toque no Altar é um
dos seis finalistas da categoria ‘Melhor Música Cristã em Língua
Portuguesa’ do Grammy, com o CD ‘É Impossível Mas Deus Pode’.
“Inscrevemos o CD no último dia. Foi apenas a segunda vez que enviamos
material para o Grammy”, conta o pastor, que não toca nenhum
instrumento, mas é o gerente do grupo, que conta hoje com 17 pessoas e
investe num pop rock com pitadas de black music e eletrônica. “Assim nos
aproximamos dos jovens”, diz o cantor e principal compositor do grupo,
Rafael Bitencourt.
Aos 26 anos, ele é ex-professor de Geografia e jogador de futebol.
“Temos carteira assinada para nos dedicar ao Senhor e à música. Não
posso reclamar. Vida de professor no Brasil é sofrida”, diz ele, autor
do hit do disco, ‘Eu Vou Viver uma Virada’. Do último CD eles já
venderam 300 mil cópias — disponíveis em livrarias evangélicas, por R$
15, ou no site www.toquenoaltar.com.br.
Fonte: O Dia
