Manhã
de ontem, Sala Cecília Meirelles. Na platéia, músicos de cabelos e
roupas coloridos, em pé com seus tambores, dividem espaço com fãs da
cantora Sandy silenciosamente sentados. No palco, o maestro Luís Gustavo
Petri ergue a batuta. Sob seu comando, além da Orquestra Sinfônica
Brasileira, do Coro Sinfônico do Rio de Janeiro e das Meninas Cantoras
de Petrópolis, 30 percussionistas do Olodum e Sandy fizeram o primeiro
ensaio geral para o espetáculo do Projeto Aquarius de hoje, em
Copacabana.
Sandy e o Olodum, além de se apresentarem
separadamente com a OSB, encerrarão juntos o espetáculo com “Invocação
em defesa da pátria”, que tem letra de Manuel Bandeira.
— A
mistura, que poderia ser caótica, será explosiva no melhor sentido. O
público verá várias facetas de Villa-Lobos — disse o maestro, que levou o
filho de 8 anos, Piero, para pegar um autógrafo de Sandy.
A empolgação de Petri era a mesma de todos os artistas e do arranjador, Jota Moraes:
—
Sandy está cantando maravilhosamente bem. Até inventou coisas: deu
entonações populares e bolou um final para sua apresentação. Ficou
ótimo!
— Está espetacular! Não precisa mais esmagar o microfone — brincou a diretora artística, Angela Azevedo.
Sandy interrompe os autógrafos, e alarga o sorriso:
—
Esmaguei mesmo. Estava nervosa, pois é a maior responsabilidade cantar
com a OSB. Tentei dar minha personalidade ao que vou cantar. Imitar
outras pessoas não teria graça.
Afinados com o coro, que
reproduz o som dos tambores na música de encerramento, os músicos do
Olodum foram um espetáculo à parte.
— Vamos abrir a cabeça de quem acha que popular e erudito não se misturam — disse Mestre Marçal, do Olodum.
À noite, outro ensaio geral — no palco da Praia de Copacabana — serviu para acertar detalhes do espetáculo de hoje.