29 de mai. de 2009

Maria Gadú: Cresci Ouvindo Música Clássica. Também Gosto De Sandy...

Durante a entrevista para esta reportagem, Maria Gadú estava radiante. No dia seguinte, a cantora de 22 anos ouviria uma música sua pela primeira vez na rádio: "Shimbalaiê", composta por ela aos 10 anos. Os 12 anos que separaram esses dois acontecimentos foram cheios de shows em barzinhos, viagens, perrengues e covers de canções alheias. Agora, ela começa a contar outra história, com direito a elogios de João Donato, chamegos de Caetano Veloso e Milton Nascimento, aparição em minissérie e contrato com uma grande gravadora. Ouça 'Shimbalaiê', com Maria Gadú A guinada que transformou a paulistana tímida, de mãe hippie, em promessa da música até que foi rápida. Tudo começou quando um amigo a apresentou ao diretor Jayme Monjardim, então em pré-produção da minissérie "Maysa". Maria cantou para ele "Ne me quitte pas", um dos hits de seus shows de bar, numa versão suingada, a léguas da gravação dramática de Maysa. Impressionou tanto que ganhou um lugar na trilha sonora e numa cena, em que se apresentava, de smoking, numa boate. Pouco mais de quatro meses depois, tinha virado xodó de medalhões da MPB. - Podem achar que ela é protegida de alguém, aparentada de alguém, mas não é. Tudo o que conseguiu foi tocando por aí - diz Marcelo Soares, diretor do selo Slap, da Som Livre, que lançará o primeiro disco de Maria no mês que vem. Minha vó era cantora lírica. Cresci ouvindo música clássica e Adoniran Barbosa. Também gosto de Lenine, Marisa Monte, Sandy e Júnior... - enumera. - Desde os 13 anos, eu e minha mãe íamos a casas de música ao vivo e ela sempre pedia aos artistas para eu cantar alguma coisa no fim. Eu morria de vergonha. Também rolavam as festas dos amigos e parentes, né? - conta. A música chegou à vida da cantora ainda na infância, na escola. Aos 7 anos, já gravava, em fita cassete, improvisos musicais com uma prima. Logo surgia "Shimbalaiê", canção de melodia contagiosa que virou uma espécie de amuleto de Maria. É a preferida de Donato e foi a escolha da gravadora para apresentar o trabalho da artista na rádio MPB FM. Também foi a que a levou a compor outra vez. A compositora, cantora e violonista Maria Gadú mal lê partitura e não fez $do que alguns meses de aulas de violão na vida. Achou as lições muito padronizadas. Também não aprendeu outras línguas, embora interprete "Ne me quitte pas" com os versos originais de Jacques Brel, num francês decorado foneticamente. A timidez, ela quebra com um jeito atencioso que cativa da própria banda a gente como Milton Nascimento. 
Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2009/0...o-755985716.asp