Cantora conta que frase polêmica
dita à revista 'Playboy' (publicada fora de contexto, alega) ajudou o
público a vê-la como mulher de verdade.
Um dos atuais objetivos da cantora Sandy é ser vista como adulta. Seu público, diz, não quer que ela cresça. Só que a ex-parceira musical do irmão Junior amadureceu e tratou de deixar claro essa postura em seus novos CD e DVD, previstos para chegar às lojas em 24 de novembro. A sonoridade e presença de palco evidenciadas no trabalho mostram a consolidação de uma espécie de Sandy proibida para menores.
Você tem tratado o primeiro trabalho solo como sua grande estreia como mulher adulta. Quando você percebeu que era hora de abandonar aquela imagem da menina Sandy?
Esse
caminho foi natural. Já faz tempo que eu sou adulta, pelo menos oito
anos. Eu já percebi isso faz tempo, mas uma parte do público começa a se
dar conta disso só recentemente. Esse trabalho veio para concretizar
isso.
O fato de
você se ver de um jeito e o público de outro te incomodou? Eu quero ser
vista como a mulher que eu sou. Estou numa fase mais madura da vida e
isso se reflete no meu trabalho.
Não,
apenas refletiu quem eu era naquele momento. Era apenas metade do que
eu sou na verdade. Por fazer parte de uma dupla, todas as decisões e
opiniões eram divididas. Era algo verdadeiro, mas não 100%. Sempre
faltou uma parte que só agora consigo colocar para fora. Posso mostrar
um lado intimista, melancólico, já que, naquela época, tinha sempre uma
preocupação com o público e com a gravadora. Não podia deixar de ser
pop. Eu devia essa satisfação a todos. Mesmo assim, pouco antes do fim
da dupla, eu e meu irmão passamos a seguir mais nossos princípios e
apresentar um trabalho diferente. Por isso, não tenho nenhuma
expectativa em relação a esse disco, em termos comerciais. Quero atrair
pessoas que realmente se identifiquem com quem eu sou. Me senti muito
livre ao fazer esse disco, não tive a pressão da gravadora e nem
compromisso com o sucesso.
As
pessoas andam falando muito de mim. Tem muito boato, muita especulação
em torno da minha vida. Às vezes dá um sustinho, às vezes incomoda. No
caso da Playboy, foi algo que não tinha motivo para ser. A frase foi
tirada do contexto, interpretada de forma errada. Eu me senti um
pouquinho injustiçada. Dá aquela chacoalhada e me fez pensar: eu fico
quieta? Eu tento levar as coisas no maior bom humor possível e espero
que passe. E realmente passa. Eu não quero forçar uma barra para as
pessoas verem que eu cresci. Tomei a decisão de ser eu mesma. Se alguém
quiser me enxergar como a pessoa adulta que eu sou, me enxergue, e se
não quiser, tudo bem também. Olha as minhas rugas de preocupação (e
mostra a palma da mão).
É
e fica parecendo que é estratégia de divulgação. Não é nada disso. Se
eu pudesse teria dito a frase de uma maneira que não desse margem a esse
tipo de interpretação ou teria pedido ao editor: “Não faz essa
sacanagem comigo”. Se eu tivesse opção isso não teria acontecido, mas
funcionou para dar um chacoalhão nas pessoas e elas perceberem que eu
cresci.
Acho
que teve sim. Se existe algum saldo positivo nessa história é esse, as
pessoas finalmente perceberam que não sou mais criancinha.
Cada
um reage da maneira que achar melhor, ainda mais uma mulher grávida.
Não posso me colocar no lugar dela. Eu já passei por coisas parecidas e
sempre procuro tentar levar no bom humor e deixar a coisa passar. Mas
não culpo nem condeno quem decide tomar uma atitude para pedir
retratação. O meu estilo é me calar.