21 de jun. de 2005

Correio Braziliense: Entrevista com Sandy

Quinze minutos com a Sandy

É fofa sim. Tão fofa que, em um segundo, com uma voz mansa e uma risadinha boba, destruiu qualquer intenção de pergunta maliciosa. Quem nunca na vida quis perguntar a Sandy um despautério que a fizesse corar? Mesmo que a assessora da artista ameaçasse a vida ou, tudo bem, sem exageros, simplesmente interrompesse a entrevista no meio? A menina que cresceu no palco, às vistas de qualquer um, tem uma vida igualzinha a sua, acredite. Ou pelo menos quer ter. Vai a faculdade - está no primeiro período de Letras e só tem duas faltas desde o começo do ano - perde o sono por conta das provas finais, adora um shopping e já comprou o novo CD do Coldplay, os queridinhos do pop alternativo. Sem planos de carreira solo - ela bate o pé e jura que não -, Sandy passou voando por Brasília. Veio para um show de uma hora e meia na Vaquejada do Parque Leão. Chegou no domingo às seis da tarde e à meia-noite já estava num jatinho de volta a Campinas (SP). A pressa se justifica: a garota tinha aula na segunda-feira bem cedo. Na quinta-feira passada, a cantora de 22 anos conversou por telefone com a Revista do Correio sobre o dia dos Namorados, bois, vacas, peões, o irmão Junior, o disco novo, estudos e Brasília.

CORREIO BRAZILIENSE - Segundo show em Brasília no período de seis meses...

Sandy - Pois é, menina. Às vezes me pergunto se o povo daí não vai se cansar da gente.

CORREIO - Por quê? Você já se cansou de vir aqui?

Sandy - Não (risos). O público de Brasília é um dos melhores. Já até falei isso pro Lucas (o namorado Lucas Lima, violinista da família Lima). Ele tinha um show marcado aí e queria saber como era o povo, a cidade... Falei que ele estava em boas mãos. Depois ele confirmou o que eu tinha dito.

CORREIO - Você chega aqui domingo a tarde e vai embora depois do show. Não tem vontade de ficar mais, conhecer a cidade?

Sandy - É que tenho faculdade na segunda bem cedo. E eu conheço Brasília. Já fui tantas vezes aí... (risos).

CORREIO - Congresso, Planalto, conhece tudo? Já entrou, viu como funciona? Já apertou a mão de político?

Sandy - Ah, desse jeito não. Nunca deu tempo. Conheço tudo por fora. Agora vou ter que ir aí só pra fazer isso, brincar de turista.

CORREIO - O que você está fazendo no escritório às quatro da tarde? Reunião?

Sandy - Hoje é pra conhecer novos projetos, mas não posso dizer o que é. Também estávamos discutindo o repertório do novo CD e passando a agenda da semana.

CORREIO - O Junior está aí?

Sandy - Nada. Hoje ele não veio. Ontem teve show da Soul Funk (projeto paralelo que o irmão mantém em São Paulo onde se apresenta, todas as quartas-feiras, ao lado de instrumentistas e cantores da MPB) e terminou muito tarde. Ele vem amanhã.

CORREIO - Vocês estão pensando em carreira solo?

Sandy - Não, não. O Juninho está com a Soul Funk. Eu já me apresentei duas vezes cantando jazz em São Paulo, mas são outros projetos. A dupla não vai acabar. Eu mesma já cantei com a Soul Funk, mas é totalmente diferente da dupla Sandy e Junior, sabe? É outro repertório. Acho até que é outro público.

CORREIO - E cantando jazz você não acha que teu público vai pensar ''agora a Sandy tá ficando besta''?

Sandy - Nãooooooo (gargalhadas). Claro que não. É até bom porque apresento outras coisas. Gosto muito de Ella Fitzgerald, Miles David e Diana Krall. E também de bossa-nova, Tom Jobim, Caetano Veloso, essas coisas...

CORREIO - Nada de pop? Essa coisa mais acessível, você não gosta?

Sandy - Claro. Tem Sarah McLachlan (cantora canadense), Evanescence, Train, Coldplay (fala tudo com um sotaque americano carregado). Isso é o que tenho ouvido bastante nos últimos meses. Tem outras coisa também, mas agora não me lembro... É tanta gente.

CORREIO - E por que você escolheu estudar Letras? É para ter curso superior se a carreira for pro brejo?

Sandy - Não é isso não (risos). É por pura satisfação pessoal. Sou apaixonada pela língua brasileira, literatura. Já fiz vestibular para Psicologia em 2001, passei em sétimo lugar. Só que não tinha tempo de ir às aulas. Estava no ar com a novela, tinha gravação, agenda de shows pra cumprir... hoje minha vida está mais calma. Faltei só duas aulas até hoje, sabia? Fico muito satisfeita com isso. Ah, agora eu vou ter que desligar. É que tenho outra entrevista para o pessoal de Ribeirão Preto.

CORREIO - Jornal, rádio, revista?

Sandy - Rádio. Tudo bem se eu for agora?

CORREIO - Tudo bem.

Sandy - Legal. Manda um beijão pro pessoal daí, tá. Beijo