Sandy
e Júnior são músicos e celebridades desde a infância, mas, hoje,
reconhecem que tiveram uma formação privilegiada e agradecem aos pais
pela educação que tiveram. A dupla falou sobre a própria vida hoje, em
participação no "Domingão do Faustão", da TV Globo.
"Por
mais que a gente tenha muita consciência de que, no país em que a gente
vive, o tipo de vida que a gente tem é muito privilegiado, é muito fora
do padrão do brasileiro médio. A gente tem muita consciência disso, e
por isso foi muito importante que os nossos pais estivessem do nosso
lado, colocando os nossos pés no chão"
"E
deixando muito claro que a gente sai do palco, com todas aquelas luzes,
e ali atrás a vida é exatamente igual à de todo mundo. Você passa mal,
tem de pegar fila. Não querer estar privilegiado. Tem fila? Então tem
fila para todo mundo. Isso fez muita diferença para a gente manter os
pés no chão com a vida muito maluca que a gente teve. Eu sou muito
grato, e sei que ela também, aos nossos pais", completou o cantor.
Ela
concordou com o irmão. "Foi para ajudar a gente a preservar nossa
infância, nossa adolescência. E até garantir que a gente tivesse uma
vida pessoal, viver as coisas normais dos adolescentes, das crianças.
Isso foi muito importante para a gente. A família foi sempre muito
unida, e a gente sempre pôde contar com pessoas que amavam a gente de
verdade e não estavam ali por qualquer tipo de interesse", afirmou
Sandy.
"A
gente levava como uma brincadeira, era um hobby nosso. A nossa mãe,
quando ia renovar o contrato com a gravadora, dizia: 'Tá bom, já
brincaram bastante'", completou ela. "Éramos crianças trabalhando como
adultos, em um universo de adultos. A gente nunca saiu da escola, e
sempre foi uma questão administrar a escola. Foi a prioridade número um,
vinha na frente do trabalho. Isso foi fundamental para a nossa
formação", exaltou Júnior
Leia outros trechos da participação de Sandy e Júnior:
Foram surpreendidos pela proporção que a turnê "Nossa História" tomou?
Sandy: Muito!
A gente não podia sonhar que seria assim, nada parecido com isso. Era
para a gente fazer uns 10 shows, no começo eram oito. A gente foi
aumentando a turnê, as pessoas pediam porque não conseguiam comprar
ingresso. Foi aumentando, e acabou que virou uma turnê de 18 shows.
Júnior:
Período muito difícil para o país e o nosso povo [financeiramente]. Do
nada, pintou essa turnê e tomou essa proporção no meio disso tudo. Está
sendo um carinho no coração saber que a gente está trazendo felicidade
para essa galera... E para a gente também, claro. Nestes momentos, durante o show, parece que não existe mais nada do lado de fora. A energia fica muito forte.
A dupla voltará a se despedir após a turnê "Nossa História"?
Sandy:
A gente sabia que tinha um público saudoso, que esperava por isso, mas a
gente não tinha dimensão. É bem resolvido. A gente sabia que seria uma
coisa pontual, desde o começo, e está sendo uma delícia. A gente tem uma
carreira individual que a gente quer retomar depois. (..._) É uma
escolha que a gente faz, respeitando a nossa verdade individual.
Júnior:
Como a gente começou a trabalhar muito cedo, e a nossa família não
dependia do nosso sustento, a gente teve a liberdade de escolher o que
fazer com a nossa verdade. Colocando a arte em primeiro lugar. Quando a
gente decidiu separar a dupla, foi muito atrás dessa verdade. Essa tour,
com começo, meio e fim, foi também respeitando
isso. Respeitando os fãs, e a gente também estava com saudade de
brindar tudo isso, mas a gente também tem essa certeza de que vai voltar
para os nossos trabalhos individuais.
Carinho dos fãs nos shows
Sandy: A gente vê criança nos nossos shows, hoje em dia, que nem era nascida quando a gente cantava.
Júnior: Tinha gente que era criança, e o pai não tinha dinheiro para comprar ingresso. E agora compra o ingresso com o dinheiro delas!
Sandy:
O mais bonito é ver que a história das pessoas foi embalada pelas
nossas músicas. Foi lindo ver que tinha gente curtindo com os olhos
fechados, sentindo a energia. (...) A gente quer agradecer pelo carinho
de vocês. A gente nem sabia que cabia tanto carinho assim.
Cresceram com a fama e, hoje, criam filhos com as redes sociais
Sandy:
Está tudo muito exposto nas redes sociais, então como equilibrar isso e
não passar por antipático, mas também ter seu momento preservado, seu
direito à privacidade? Isso é difícil de equacionar, mas a gente está
aqui, firme, tentando.
CRÉDITOS: UOL