O Gshow bateu um papo exclusivo com Junior Lima. O músico, que está radiante e surpreso com a comoção dos fãs e amigos por causa da turnê ‘Nossa História’, falou sobre o reencontro com Sandy nos palcos, 12 anos após anunciarem a separação, e também comentou seus planos com a Manimal, projeto eletrônico com o DJ e produtor, Julio Torres.
O Reencontro
O retorno tão aguardado foi motivado pelo pai da dupla, o cantor Xororó:“Um dos culpados foi o meu pai, Xororó (risos). Mas, desde sempre, recebemos convites, propostas e ideias. No início a gente pensava: ‘Agora não dá para falar, porque precisamos desenvolver outras coisas, senão esse assunto vai ficar sempre em pauta'”.
“Hoje em dia, as nossas carreiras individuais estão mais consolidadas, então acho que esse tempo foi suficiente para as pessoas entenderem exatamente o rolé de cada um. Chegamos ao ponto em que a gente pôde se permitir revisitar a história de Sandy & Junior sem virar tudo ao avesso. Antes, eu sentia que ia acabar atrapalhando, ia bagunçar a percepção do público”.
Ingressos esgotados em tempo recorde
“Sandy & Junior é uma coisa muito forte na nossa história, então sabíamos que não ia dar pra ser um negócio simples, mas, quando a gente percebeu, ficou 10 vezes maior do que imaginávamos”.
“É surreal. Meio assustador, no melhor dos sentido. Faz tanto tempo! Não tinha muito como a gente saber o que esperar. O tempo passou, muita coisa aconteceu. A gente não sabia a proporção que ia tomar”.
“Para ter ideia, quando a gente estava conversando, vendo os lugares, a gente estava cogitando ser só metade do Allianz Parque (Arena Palmeiras, em São Paulo), e acabou que abrimos quatro datas! Foi muito maior do que esperava e isso é muito gratificante. Além de revisitar nossa história, a gente está ampliando ela. É aquela fincada de bandeira que eu jamais imaginei que fosse rolar. É muito legal”.
O que mudou?
Questionado sobre subir aos palcos ao lado de Sandy 12 anos depois da
separação, Junior garante que o público verá uma dupla mais inteira,
evoluída e com a mesma sintonia de sempre:“É uma versão atualizada. Somos dois artistas muito diferentes. A gente aprendeu e evoluiu muito. Éramos muito meninos. Eu tinha, sei lá, 23 anos! E, de lá pra cá, eu vivi experiências ricas e muito diferentes do que eu tinha vivido até então. Está mais gostoso, a gente está mais inteiro, porém, a sintonia é igual”.
Boa relação com Sandy
O músico também contou que a música o ajudou a criar uma boa relação com a irmã:“O lance da carreira ajudou muito a gente a estabelecer uma relação muito legal. A gente tinha uma convivência maior que a maioria dos irmãos, porque, além de tudo, a gente trabalhava o tempo todo juntos. Desde o começo, entendemos pelos nosso pais que a gente precisava se respeitar e relevar. E também é muito difícil subir ao palco brigado e fazer uma apresentação harmônica. O trabalho se tornou algo tão importante, tão maior que essas coisas, que era tipo: ‘Não vamos brigar’. Óbvio que existem as diferenças, senão não seria nem uma relação. São duas pessoas diferentes, faz parte. Mas sempre foi uma relação muito massa”.
A separação
Sobre a separação, o músico garante que só enxerga pontos positivos:“Foram escolhas amadurecidas, apesar de sermos mais novos na época. A gente refletiu bastante. Foi uma escolha, absolutamente, acertada. E foi muito feliz na sequência, porque tinha muita coisa que eu queria explorar e, até então, eu não podia, musicalmente falando e de vida também. Para mim, foi um momento de muitas descobertas. Quando se faz uma escolha certa, as coisas vêm.”
“O melhor de tudo foi a gente abrir espaço na nossa vida para essas experiências acontecerem. A nossa relação familiar sobressaiu muito. Antes, era uma relação muito profissional, porque as coisas tomaram uma proporção muito grande, só depois vinha o irmão, filho… Hoje em dia, a gente se encontra e fala de filho, da vida e o quarto e quinto assunto que é sobre trabalho.
“Algum arrependimento?
“Sou muito contente com as escolhas que eu fiz. Foi muito legal (a
separação), pelo enriquecimento artístico e pelas novas descobertas. Não
tinha, como casar, ter filhos, viver outras coisas.”
Manimal
Em parceira com o amigo DJ e produtor, Julio Torres, o músico comanda
o projeto de música eletrônica, Manimal, desde 2016. Questionado sobre
dar uma pausa na carreira durante a turnê Nossa História, Junior diz:“Eu fui louco de não fazer uma pausa. Eu já tinha uma super agenda para cumprir, quando começou tudo isso, e a turnê tomou uma proporção muito grande, então, no momento da turnê, vou ter que diminuir drasticamente a minha entrega para o Manimal. Hoje, estou dividindo tudo e ainda sou marido, pai e filho, todos os papeis que a gente cumpre no dia a dia. A minha vida está de ponta cabeça (risos).”
Sobre o projeto
“O Manimal toma bastante tempo do meu dia. A gente passa muitas horas
em estúdio e faz show todo final de semana. É uma agenda muito maluca,
principalmente na madruga.”“O projeto está bem, já estamos com dois anos de estrada. O legal é que é um público bem diferente, justamente por ser um som diferente. Os lugares onde eu toco tem uma outra geração, não é o público que acompanhou Sandy & Junior. O que é bom para se reciclar, fazer um outro caminho, outra trajetória, o que eu sempre acabei buscando a parte da dupla. Os projetos que eu abracei foram todos de públicos e áreas diferentes do que eu estava habituado.”
Planos
“A gente tem shows marcados e muitas músicas para lançar com outros
colaboradores e DJs. Estamos preparando o nosso álbum também. Sim, tem
um álbum sendo feito nas horas que sobram. E estamos montando um show
novo. Vai começar uma nova tour do Manimal. Ainda sem previsão, mas será
na sequência da turnê.”Por Marcelle Abreu e Rafaela Gozzer, Gshow