Hoje meu repertório é menos popular, alternativo. Faço som para o público que estiver a fim de me ouvir.
Depois de uma carreira de 17 anos com sucessos acumulados ao lado do irmão Júnior, ter se casado com o músico Lucas Lima e se dedicado ao curso de Letras, a cantora Sandy lançou “Manuscrito”, seu primeiro álbum solo, com repertório mais romântico e intimista. Este amadurecimento poderá ser visto amanhã, às 21 horas, no Buffet Manoel Carlos, em Rio Preto.
O show intimista destinado a fãs - formados ainda em grande parte por adolescentes e jovens - abre com a primeira música de trabalho do disco, “Pés Cansados”, e segue com outras 12 canções autorais do álbum. Apenas “Mais Um Rosto” ficará de fora. Os sucessos que a consagraram ao lado do irmão também serão apresentados, assim como releituras de músicas de artistas admirados por ela, como Lenine e Marisa Monte.
Sandy desembarca em Rio Preto acompanhada de uma banda formada por Edu Tedeschi e Maurício Caruso (guitarras e violões), Eloá Gonçalves (teclados e piano), Alex Heinrich (baixos elétrico e acústico) e Adelino Costa (bateria).
Mais solta
Conservando o estilo pop que marcou sua trajetória, Sandy temperou o show com pitadas de jazz e blues. Ela também tem se mostrado mais sensual e solta no palco: dança, toca instrumentos e toma conta do palco. Em alguns momentos, opta por um banquinho; em outros, agita-se em pé.
Simpática e com a voz serena que a caracteriza, ela falou ao Diário sobre o momento contagiante que está vivendo. “Estou muito feliz. O palco é o meu lugar preferido, onde todo cantor deve e quer estar, em contato direto com o público, e apresentando o que mais ama: sua música.”
Para ela, cada show é uma experiência única. Mas Rio Preto tem um diferencial. Os avós moram aqui. “Tenho milhares de lembranças bacanas de Rio Preto. Mesmo vivendo em um mundo tão perigoso, violento, e ser uma pessoa tão urbana, eu tive privilégio de brincar nas ruas de Rio Preto. Brinquei de amarelinha e esconde-esconde tanto na frente da casa da minha avó quanto do meu avô”, recorda a cantora.
Serviço
Show “Manuscrito”, de Sandy, amanhã, a partir das 21 horas, no Buffet Manoel Carlos, em Rio Preto. Preços de ingressos e outras informações por meio do telefone (17) 3808-2090
Readaptação ao formato intimista
Acostumada a megaturnês, Sandy diz que não foi difícil se adaptar ao novo formato de trabalho, mais intimista. “Não sabia o que esperar, que espaço meu novo trabalho teria, quanto venderia de discos ou em quais lugares faria show. E fui surpreendida positivamente. É gratificante fazer um show intimista como este em Rio Preto.
Antes, fazia show para 80 mil pessoas, para um público popular, e hoje, meu repertório é menos popular, mais alternativo. Quem me acompanha, agora, é muito fiel, aceita minha nova fase. Não tem como não ficar satisfeita.” Desde que rompeu a dupla com o irmão, em 2007, ficou dois anos afastada e, quando voltou aos palcos, não teve dificuldade de adaptação.
“Aconteceu automaticamente. Quando se tem um trabalho direcionado, as mudanças ocorrem normalmente. Desde a época da dupla com meu irmão tinha consciência que seria algo menor, com vendagem de discos diferente e mercado reduzido, por conta da internet e da pirataria. Eu mudei bastante e tive respostas. Também não criei grandes expectativas”, diz.
Focando mais nos sons do que na grandiosidade das produções e das turnês, Sandy conta que adquiriu mais responsabilidade no sentido do rigor musical. Ela também se cobra ainda mais porque o trabalho está todo em suas mãos agora. “E é uma tendência de quem é perfeccionista.”
Parceria com irmão Junior continua
Apesar do fim da dupla, a cantora não se desligou profissionalmente do irmão. O músico aparece como produtor do novo trabalho, ao lado do marido Lucas Lima. “Atuamos nos bastidores. Continuamos como parceiros, mas fora do palco. Hoje, passamos menos tempo como colegas de trabalho e mais como irmãos. A qualidade do nosso relacionamento melhorou”, diz.
A mãe da cantora também está mais por perto, agora. “Ela cuida do gerenciamento da minha carreira e é minha fotógrafa oficial. Eu preciso ter por perto pessoas de confiança, principalmente em um mercado que gera muito jogo de interesses, em que muita gente não age de boa fé”, diz.
Sandy conta que os fãs que a acompanhavam na época da dupla com Junior são seus seguidores até hoje. E tem adquirido novos. “É uma delícia. São pessoas que me respeitam e me motivam a melhorar. Hoje, tenho mais de três milhões de seguidores no Twitter, algo absurdo e prazeroso.”
Diz também que busca um trabalho que a reflita como pessoa, como artista. “Faço um som para o público que estiver a fim de me ouvir. Quero agradar apenas quem gosta de mim, não fazer algo artificial. Tenho essa missão comigo.”
Estreia no cinema e outros projetos
Além de divulgar o CD “Manuscrito”, Sandy vai retomar o projeto em que canta covers de Michael Jackson. Também pretende manter outros trabalhos paralelos, assim como fez na apresentação do programa “Superbonita”, no quadro sobre MMA no Fantástico e na atuação do seriado “As Brasileiras”.
Em agosto, vai para o cinema fazer “Quando eu era vivo”, com Antônio Fagundes e Fábio Assunção. O filme é baseado em “A Arte de Produzir Efeito sem Causa”, romance de Lourenço Mutarelli. “É um desafio ser uma artista multifacetada. Gosto de me arriscar, de me explorar como artista. Dá para fazer, só precisa de organização.”
Fonte: diarioweb