16 de mai. de 2012

27/04/12 - Sandy ri de si mesma e vai bem em ‘As Brasileiras’

É unanimidade que a boa escalação de um ator é capaz de fazer o sucesso de uma produção, especialmente na TV, onde o tempo de preparação e filmagem costuma ser pouco. Se é assim, Sandy Leah ajudou a fazer o episódio de hoje de As Brasileiras um dos mais agradáveis.

A história foi melhor do que a da maioria dos episódios já apresentados por Daniel Filho. Também foi menos histérica, menos confusa e muito mais lírica – a variação é bem-vinda, anote-se. Gabriela, A Reacionária do Pantanal, é um tipo que se vê na vida real naquela região do país, uma moderninha de interior. A graça é que ela descobre que a mãe (Regina Braga) deixou a viuvez de lado e engatou romance com a professora de pintura (Xuxa Lopes).

O roteiro certamente seria mais interessante se não fizesse uma pregação exagerada da causa gay – o programa é curto, não dá para esticar tanto o assunto. Também seria recomendável uma economia nas piadas “de temática lésbica”, as mais manjadas de todos os tempos – algumas, com poeira dos anos 70. Não caiu bem.

Já Sandy foi bem no papel, e há de se elogiar cantores que se aventuram na atuação. Por que não? E se a pessoa vai bem, feito a Ivete Sangalo no epsódio A Desastrada de Salvador, também de As Brasileiras? E como esquecer o Fábio Jr., sempre cantor e ator, como o Jorge Tadeu de Pedra Sobre Pedra (1992)?

O risco é bacana só pelo risco, e a televisão é lugar para isso, experimentar, causar bochincho. E Sandy além de experimentar, riu de si mesma – e até mostrou o dedo médio. Numa sequência, a personagem desabafa com uma amiga. “Ela pregava a virgindade, só me deixou sair quando fiz 21 anos”, diz o texto, lembrando o próprio passado da princesinha do sertanejo.

Em outra cena, foi Jackson Antunes, no papel do sogro grosseirão, que tirou onda: “Dizem até que ela fala palavrão”, alertou o filho. O roteiro, portanto, soube tirar partido da atriz que tinha, sem dúvida um acerto.

Outro foi a fotografia do episódio, dirigido por Tizuca Yamazaki. Em tom esverdeado, traduziu lindamente a luz que se vê no Pantanal e mostrou uma Corumbá muito graciosa. O resultado foi redondo, correto, bem Sandy.

Fonte: Veja