7 de mai. de 2010

"Um 'Manuscrito' sobre Espiritualidade?"



Nesta sexta, dia 7, a cantora Sandy Leah lança oficialmente seu primeiro CD solo, após o fim da longa parceria com o irmão Júnior Lima. Porém, para os fãs inveterados, há pouca novidade a esperar. É que, ao longo das últimas semanas, o CD Manuscrito foi sendo disponibilizado faixa a faixa para venda e depois para ouvir simplesmente, na Rádio UOL.

E o que se pôde ouvir ao longo das treze faixas do novo álbum? Uma certa guinada em termos de estilo, de sonoridade e, o que mais nos chamou a atenção, de temática. Sabe aquele romantismo juvenil que notabilizou o trabalho da Sandy? Ele ainda aparece, mais maduro, agora que ela cresceu e casou. Só que a paixão divide espaço também com letras que tratam de questões existenciais e... espirituais!

Sim, essa sim nos pareceu a grande novidade do novo trabalho. A idéia de caminhada, de busca, de dar passos perpassa toda a obra, revelando frequentemente uma certeza intuitiva a respeito daquilo que É, que está além da superfície. A exemplo da canção Quem eu sou:

Deixo o sol guiar o meu olhar / E assim eu vou / Procurando nos meus sonhos / Descobrindo quem realmente eu sou / Inventando um caminho / Libertando quem realmente eu sou.

Muitas vezes, as letras jogam com a ambiguidade, com a multiplicidade de sentidos, com referências que tanto poderiam ser à Divindade quanto à pessoa amada. É o que lê na que traz o sugestivo título de Perdida e salva:

E apesar de ser tão imenso / Cabe em mim / O mundo que você me deu / Não há sensação melhor não ha / Sinto estar perdida e salva.

Contudo, para além de toda a polissemia, há uma música que nos parece carregada demais de referências à espiritualidadepara que a idéia de ser apenas "mais uma de amor" resista a um olhar mais atento. É a música de trabalho, Pés cansados...

Fonte: Espírito de arte http://espiritodearte.blogspot.com/2010/05/mais.html