Aos 23 anos, a cantora lança o 15º álbum da dupla com seu irmão Junior, sai em turnê internacional e deixa de uma vez
para trás a imagem de menina, assumindo seu gosto por tatuagens e carros em alta velocidade
Xico Sá*
foto edu lopes
“Como cantava o
bravo e romantissíssimo Peninha, tudo era
apenas uma brincadeira e foi crescendo, crescendo e me absorvendo... Assim ocorreu com Sandy e o nosso desejo de homem. É sonho antigo de quem a viu sair daquele corpo de menina e virar mulher. De quem testemunhou seguidas confissões de virgindade e aparente inocência, embora desconfiássemos de tanta inocência revelada. Não é que não existisse tamanha inocência para valer – quem somos nós para decifrar tal mistério? –, mas sempre foi algo mais instigante e incendiário para nossas mentes a possibilidade de ver na tal inocência um erotismo escondido, disfarçado, assim ao melhor estilo Nelson Rodrigues, se é que você me entende. Sandy continua nos tentando pelo seu jeitinho meigo de quem saiu de um baile de cinema, algo como o baile do filme Peggy Sue, algo como a mocinha que tenta o mocinho num velho faroeste, um frescor de sessão da tarde, uma matinê que derrete os tiozinhos e os seus desejos acumulados enquanto viam a garota transformar a sua inocência em um pecado de mulher.”
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