Um Rock in Rio de Sandy e Junior.
Essa é a definição do show de encerramento da turnê Nossa História que
aconteceu na noite de ontem, na zona oeste do Rio. Assim como no
festival, que rolou no início de outubro, 100 mil pessoas estiveram
reunidas no Parque Olímpico. Porém, nada de várias atrações. O público
só tinha olhos para os irmãos.
Junior
chegou a lembrar que ele e Sandy tocaram no Rock in Rio de 2001 e
comemorou a "edição personalizada"', recebendo a saudação dos fãs. A
plateia, aliás, vibrou sem parar ao longo das 2h30 de show, com músicas
que percorrem as várias fases dos 30 anos de carreira dos dois.
O
público recebeu muito carinho da dupla, que viu os ingressos da turnê se
esgotarem rapidamente em todas as cidades por onde passaram. Sandy
disse que se orgulha da carreira construída, mas que acha ainda mais
bonita a possibilidade de poder construir novas memórias com os seus
fiéis seguidores.
A
turnê Nossa História também consagrou a maturidade dos cantores. Sandy
se mantém com a voz que sempre cativou o público, agora ainda mais
segura. A grande surpresa é Junior. Ele deixa de ser uma segunda voz da
irmã e se torna uma estrela, que dança, toca e canta. A evolução fica
clara na divisão do show, com músicas que dão destaque aos dois de forma
igualitária.
Sandy
brilha em Imortal. O público fica em silêncio para vê-la atingir a
última nota e sobram arrepios. Já Junior seduz em Enrosca, faz uma
coreografia em que interage com um cenário projetado (atrapalhado pela
grua que filmava imagens para um especial sobre a turnê Nossa História, anunciado pela Globoplay) e mostra um solo de bateria.
O
público cumpriu o papel de animar, cantar e chorar com a nostalgia
despertada pelas letras que marcaram a infância e adolescência de muita
gente. Como a dupla, seguiu sua função sem surpresas e polêmicas.
A
nostalgia bateu forte quando, nos telões do show, apareceu uma conversa
entre os ex-integrantes do seriado Sandy e Junior, que deu grandes
amigos à dupla, como Paulinho Vilhena e Fernanda Paes Leme, ambos
presentes no encerramento da turnê.
"Um
ano lindo, especial, de shows lotados, inesquecíveis. Acho que o
coração deles lotou de amor, de afeto, dos fãs também e o nosso também",
destacou Fernanda.
Veio,
então, o momento mais dançante com um medley com canções como Beijo é
Bom, Etc... e Tal e Vai Ter que Rebolar. Em seguida, um momento
intimista do show, em que Sandy e Junior passaram por um corredor entre o
público e se colocaram em cima de uma tenda construída no meio do
Parque Olímpico para canções apenas com voz e violão. Tiveram a ajuda do
público para entoar Ilusão e Era uma Vez.
Na
volta ao palco, enquanto atendiam o público no corredor, os fãs
cantaram por eles Inesquecível, uma das canções mais emblemáticas da
carreira da dupla.
A
chuva prometida para o Rio de Janeiro não veio, mas foi substituída um
temporal de papel com o público dançando muito ao som de Cai Chuva.
Enquanto
os irmãos se preparavam para a parte final, o público cantou à capela
Quando Você Passa, o famoso Turu Turu, atendidos em seguida por Sandy e
Junior, que terminaram a turnê colorida e cheia de vida com Vamo Pulá,
com direito a fogos, canhões de fitas e bolas coloridas rolando pelo
público.
Confusão na saída
O
clima de afeto e nostalgia, no entanto, foi substituído por muita
irritação na saída do estádio. Eram poucos portões abertos para as 100
mil pessoas, o que gerou reclamações e empurra-empurra.
A
turnê Nossa História termina com um Junior visivelmente emocionado em
diversos momentos e uma Sandy empolgada em comemorar e relembrar a
carreira construída com o irmão.
Para ficar na memória
Nostalgia pura
Haja
saudade da infância e adolescência quando se ouve Sandy e Junior! A
nostalgia atingiu níveis máximos quando o telão mostrou uma conversa
simulada entre os ex-participantes do seriado Sandy e Junior, exibido
entre 1999 e 2002 na Globo. Foi hora de lembrar do amor da Patty pelo
Gustavo, do mal-educado Boca e do nerd Basílio. O momento foi coroado
com a dupla cantando a música de abertura do programa, "Eu Acho que
Pirei".
Se
alguém achava Junior apenas a segunda voz da irmã quando era
adolescente, viu um homem maduro e charmoso no palco. Ele cantou músicas
sozinho, sem a doce voz de Sandy. Arrasou na dança e ainda bancou um
solo de bateria, que arrancou gritos de "Lindo, tesão, bonito e
gostosão", famoso hino das plateias nos anos 1990 e 2000. "Isso entrega a
idade", brincou.
A
voz da cantora melhorou ainda mais com os anos e conseguiu arrancar
suspiros de uma plateia que ficou em silêncio para ouvi-la em Imortal.
Se
o coração do público pulsa mais forte ao ver a dupla, ganha ainda mais
batidas quando a música é Quando Você Passa, a famosa Turu Turu, que
quase virou tema da turnê, levada em várias camisetas dos fãs. Enquanto a
dupla se preparava para a parte final do show, o público cantou
acapella. Afinal, quem nunca cantarolou: "Nem estou dormindo mais, já
não saio com os amigos, sinto falta dessa paz, que encontrei no seu
sorriso".
Não faltou pirotecnia para o momento final, que deixou tudo ainda mais lindo e colorido. Enquanto 100 mil pessoas pulavam loucamente, obedecendo os versos de Vamo Pulá, vieram fogos, canhões de papel e fitas, além de bolas coloridas rolando pelo público, dando ares de espetáculo ao encerramento da turnê que passou por Brasil, Portugal e Estados Unidos, com casas sempre lotadas.