Shows ocorreram no Palácio das Artes no último fim de semana
Nem Sandy nem Maria Bethânia. O melhor show do projeto promovido pelo Circuito Cultural Banco do Brasil, que passou por Belo Horizonte no último fim de semana, foi o de Lulu Santos interpretando canções de Roberto e Erasmo Carlos.
O figurino vintage – calça e colete acinzentados, camisa cor-de-rosa – já antecipava o tom que Lulu dispensaria à música do Rei e de seu parceiro. Além de devidamente tratada como clássico, o repertório de releituras privilegiou a porção rock’n’roll com a qual a dupla reinou absoluta na década de 1960.
Se falta a Sandy (cantando Michael Jackson) a atitude que Maria Bethânia (interpretando Chico Buarque) por vezes parece ter em excesso, nem mesmo a competente banda e a acertada escolha das canções foram suficientes para que a jovem intérprete paulista fizesse um bom show na sexta-feira.
Por sua vez, a baiana, que vem dos arrebatadores espetáculos Maricotinha e Amor, festa, devoção, foi prejudicada por falhas técnicas, reveladas ao público no fim do show de sábado. Por causa disso, Bethânia “atravessou” durante Mambembe, que, coincidente e sintomaticamente, foi dar em Ela desatinou.
Lulu Santos escolheu Sentado à beira do caminho, de Erasmo Carlos, para abrir o show de domingo. “É uma responsabilidade, um desafio e uma honra”, confessou ele ao microfone, salientando que homenagearia não apenas a dupla de compositores, mas de intérpretes. O calhambeque, Eu sou terrível, As curvas da estrada de Santos, Festa de arromba e Se você pensa estão no repertório. Essa última, nitidamente influenciada pela soul music americana, ganhou interpretação à la fado-tango, com direito a citação de Hit the road Jack, sucesso de Ray Charles. Eu te darei o céu foi transformada por Lulu em legítimo reggae.
Quando, Você não serve pra mim, Como é grande o meu amor por você, Sou uma criança não entendo nada, Não vou ficar (de Tim Maia), É preciso saber viver (com direito a imagens do filme RC a 300 km por hora), Tudo que eu gosto é imoral ou engorda e Emoções (a pedido do Rei, segundo Lulu) entraram no repertório. O show foi encerrado com o sucesso Tempos modernos, do próprio cantor, com a plateia dançando. Destaque para o espaço aberto pelo artista para os integrantes de sua banda. O baixista Jorge Ailton cantando à la Waldirene, a “Garota do Roberto”, foi um show à parte.
Limitada à performance de boa moça com a qual se consagrou, Sandy se garantiu cantando em inglês. A falta de direção cênica, no entanto, fez com que ela se limitasse a arriscar raríssimos passos de dança enquanto interpretava sucessos (dançantes) de Michael Jackson.
Maria Bethânia sempre é Maria Bethânia em cena, independentemente do repertório. Em se tratando de Chico Buarque, ela historicamente garante boas interpretações, como provou o vídeo do show da dupla no extinto Canecão carioca. Bethânia saudou o Chico sambista, o autor de “alma feminina” e o compositor politizado. Com novos músicos em sua banda, regida pelo maestro Jaime Alem, a baiana parece ter se dado muito bem com o tecladista e acordeonista Marcos Nimrichter.
O mesmo cenário enfeitou o palco nos três dias. Isso acaba cansando quem assiste a todas as apresentações, por mais que imagens das projeções se diferenciem ou surjam em cena cortinas e painéis. Além disso, ficou evidente a ausência de direção cênica tanto para Sandy quanto para Maria Bethânia e Lulu.
Fora da lei
De sexta-feira a domingo, cambistas fizeram a festa na calçada do Palácio das Artes. Indiferentes à ilegalidade de sua atividade, eles não se intimidavam em abordar as pessoas, mostrando-se inicialmente interessados em adquirir entrada para o show do dia. Na verdade, ofereciam preciosa mercadoria, cobiçada por centenas de pessoas que, há alguns dias, fizeram fila em frente à bilheteria da casa, mas não conseguiram ingresso, esgotados em poucas horas. Cada fã só teve direito de levar quatro bilhetes, mesmo assim exibindo documento de identidade. Diante da ação dos cambistas, muita gente se perguntou de onde surgiu tanta oferta. À Fundação Clóvis Salgado (FCS), mantenedora do Palácio das Artes, resta tomar providências em relação à ação incômoda e ilegal às suas portas.
Fora da lei
De sexta-feira a domingo, cambistas fizeram a festa na calçada do Palácio das Artes. Indiferentes à ilegalidade de sua atividade, eles não se intimidavam em abordar as pessoas, mostrando-se inicialmente interessados em adquirir entrada para o show do dia. Na verdade, ofereciam preciosa mercadoria, cobiçada por centenas de pessoas que, há alguns dias, fizeram fila em frente à bilheteria da casa, mas não conseguiram ingresso, esgotados em poucas horas. Cada fã só teve direito de levar quatro bilhetes, mesmo assim exibindo documento de identidade. Diante da ação dos cambistas, muita gente se perguntou de onde surgiu tanta oferta. À Fundação Clóvis Salgado (FCS), mantenedora do Palácio das Artes, resta tomar providências em relação à ação incômoda e ilegal às suas portas.
Fonte: Divirta-se