Calma aí, gente!
Sandy começou a carreira adolescente. A imagem de cantora juvenil associou-se à da ingenuidade. Não me lembro se fez declarações explosivas a favor da virgindade ou coisa assim. Acho que não. Mas seu jeitinho ajudou a construir a imagem de menina inocente.
Depois disso, Sandy separou-se do irmão Júnior, com quem fazia dupla. Casou-se. Buscou caminhos pessoais, interpretou MPB. Em breve gravará um episódio da série “As Brasileiras”, da Globo, que busca uma densidade maior. E daí?
O público fica nervoso porque Sandy cresceu. Cada vez que a pobre Sandy se mexe, todo mundo faz piada. Que surpresa, ela fala de sexo! E de sexo anal! E daí? Sandy não é mais uma adolescente. Pode falar do que quiser, fazer o que quiser. Mas também não precisa sair nua no meio da rua para o público descobrir que ela deixou de ser adolescente e virou uma mulher. Ainda por cima, moderna, que tem opiniões próprias e um projeto de vida.
Eu fico espantado como o mundo rotula as pessoas. Sandy ganhou esse rótulo de certinha. Caretinha. A própria Sandy não cabe nele, tem ambições artísticas. Mas ninguém aceita que ela mude!
Pobre, pobre Sandy.
PS — Sandy, ouça meu conselho: insista. Mostre que você pode dar vôos artísticos mais altos, sim. Ouse. Quebre a cara. Invente. E quando fizerem piada, não ligue.
Fonte: Veja - Blog do Walcyr Carrasco