17 de abr. de 2010

A espera do dia em que Sandy vai se rebelar



O apresentador do Fantástico (TV Globo), Zeca Camargo, que na semana passada assumiu o comando da série Megacidades, contabiliza mais uma volta ao mundo e, em seu passaporte, já não há espaços para tantos carimbos. Filho do médico Saul de Ávila Camargo (morto há dois anos) e de Maria Inês de Brito, o jornalista conta nesta entrevista o “fora” que tomou quando tentou tietar Michael Stipe (vocalista do R.E.M), e de seu gosto por Kelly Key.

Gazeta Entrevista

zeca camargo - jornalista

Magazine – O que você mais gosta de fazer: viajar pelo mundo ou entrevistar celebridades?

Zeca Camargo – Essa é fácil. Viajar pelo mundo. Quando você entrevista artistas, o interesse é sempre no trabalho deles. Raramente temos acesso à vida pessoal deles ou algo próximo de uma intimidade. São entrevistas protocolares, com tempo marcado. Quando faço uma viagem para fazer uma reportagem, tenho de interagir com as pessoas, faço amigos, vivo o espírito do local.

Magazine – Em 1989, quando você entrevistava Cazuza, ele assumiu que tinha aids. Hoje em dia, que declaração causaria tanto furor como aquela?
Zeca – De maneira geral, está tudo muito comportado. Acho que se a gente conseguisse que a Sandy ou o Junior dessem uma declaração assumindo uma grande transgressão ou rebeldia, esse seria o grande furo.
Magazine – Por exemplo, se o Junior declarasse que é gay?
Zeca – Não! Mas que ele já teve um período de drogas, por exemplo. Eles têm uma figura comportada. Então, digamos que se a Sandy falasse que engravidou antes do casamento ou se o Junior dissesse que teve um período de drogas e superou, talvez eles fossem vistos de maneira diferente.

Magazine – Como foi o caso do Rick Martin assumir que é gay. Todo mundo já sabia, não?

Zeca – Quem sabia, cara-pálida? Ninguém nunca perguntou isso para ele. Eu, por exemplo, nunca o entrevistei.

Magazine – Uma vez você disse que tietou Michael Stipe, vocalista do R E.M, e ele abandonou a entrevista. O que você aprendeu com isso? (Michael percebeu que Zeca não prestava atenção às respostas por tietagem e o cantor abandonou a sala, na MTV, na década de 1990)

Zeca – Foi o maior erro da minha vida e uma grande lição. Nunca mais fiz isso. Na realidade, nem deu tempo de tietar muito, já que ele saiu antes. Mas tietar um artista durante uma entrevista é um erro. Ele está falando com você para vender disco, ingresso de show ou bilhete de cinema. Não fala porque achou você bacana. Aprendi essa regra a duras penas.

Magazine – Recentemente, o autor Aguinaldo Silva criticou você e a Patricia Poeta no Twitter, dizendo que vocês dois não eram bons apresentadores. Como encara esse tipo de crítica?

Zeca – É a opinião dele. Nem sabia que ele assistia ao Fantástico com tanta vontade assim. Não faço um programa para agradar ao Aguinaldo Silva. As críticas não interferem na maneira como eu apresentaria o programa. Ele é um grande autor, com opiniões fortíssimas, e eu só posso respeitar.

Magazine – Você discoteca e escreve duas vezes por semana em um blog. Como encontra tempo?

Zeca – Escrevo no avião, na ponte aérea. Adoro. E ressuscitei uma coisa que fazia quando moleque e que adoro, que é brincar de DJ. Fico exausto, mas adoro. Nas picapes, gosto de abrir com Lady Gaga. Sempre gosto de colocar a música A Loirinha, o Playboy e o Negão, da Kelly Key. Acho ótima. As pessoas fazem aquela cara esquisita, mas sempre dançam.

Fonte: Gazeta do Sul