A separação de Sandy e Junior pegou de surpresa os fãs da dupla essa
semana. Tá certo que o anúncio de que cada um seguiria carreira solo já
era previsto há um bom tempo. O que os admiradores dos irmãos não
esperavam é que os manos partiriam tão cedo para caminhos individuais.
Muito menos agora que se aproxima a gravação do acústico da MTV, projeto
que tem impulsionado ainda mais a carreira de quem dele participa. O
especial vai ser gravado dia 10 do mês que vem.
Domingo passado, em Porto Alegre, Sandy conversou rapidinho com o
Patrola antes do show que apresentou no Teatro do Sesi com um repertório
focado no jazz e na música popular brasileira (MPB). Foi uma das
últimas entrevistas da cantora antes da confirmação do fim do trabalho
com Junior, na manhã de terça-feira.
A separação estava acertada desde janeiro deste ano, mas mesmo assim ela
continuava negando a carreira solo. Segundo a assessoria dos dois,
Sandy e Junior ainda não definiram que rumo darão às suas vidas
artísticas. Ou seja: nem o projeto de jazz dela, nem a Soul Funk, banda
com a qual Junior apresenta-se todas as quartas-feiras em São Paulo, são
definitivos. Veja a seguir a conversa entre o Patrola e a cantora.
Patrola: Como foi a escolha do repertório da turnê solo?
Sandy: Essa turnê vem de um outro show que eu preparei para o projeto
Credicard Vozes, em 2005. Escolhi músicas que mais gosto do jazz, muitos
standards, acatei algumas sugestões do pessoal da banda, do Chico
Willcox, que é o arranjador. E o Amon Lima (cunhado de Sandy, irmão do
Lucas Lima), que na época estava ajudando a gente, também deu várias
sugestões. Aí a gente juntou essas músicas, que são importantes para o
jazz e pra bossa nova... Tem muitas do Tom Jobim. Pra esse projeto tem
mais
cinco músicas, sendo duas do Ivan Lins.
Patrola: Quando você começou a cantar, ainda na época de Maria
Chiquinha, já imaginava que chegaria num repertório como esse, incluindo
jazz?
Sandy: Isso não passava pela minha cabeça. Mas a partir de quando eu
cresci um pouquinho mais, no começo da adolescência, aos 13 anos, por
aí, eu já curtia bastante MPB, principalmente Elis Regina. Aí eu me
imaginava cantando MPB, sim, só não sabia como ia ser, se um dia ia
mesmo acontecer. Acabei reunindo MPB com o jazz, que apareceu um pouco
mais tarde na minha vida. O jazz, na verdade, faz uns cinco anos que eu
ouço bastante. É o que eu mais ouço quando estou em casa, nas horas de
folga.
Sempre curti muito, mas nunca tinha levado isso pro palco. Em 2005 veio
essa oportunidade e aí não quis mais parar porque me apaixonei (risos).
Patrola: A partir desse show você foi convidada para cantar no Carnegie Hall, em Nova York...
Sandy: A partir do projeto com o (pianista) Marcelo Bratke é que rendeu
esse convite pro Carnegie Hall. Acho que não vai rolar. Se acontecer,
vai ser mais pro ano que vem. Mas, de qualquer jeito, me senti muito
honrada.
Patrola: Você e o Junior haviam sido convidados para cantar em um evento
com o papa Bento XVI, no mês que vem, na cidade de São Paulo. Porém,
mais tarde, veio a informação de que vocês teriam sido desconvidados
pela organização do encontro. O que realmente aconteceu?
Sandy: Sim, nós realmente fomos convidados, mas precisamos desmarcar em
função da gravação do Acústico MTV. As agendas não iriam fechar.
Aumentaram bastante, dizendo que tínhamos sido vetados. O que aconteceu é
que não poderíamos estar nos dois lugares ao mesmo tempo.
Patrola: Sempre que você e o Junior participam de algum projeto
paralelo, como essa sua turnê solo, surgem boatos de que vocês dois vão
se separar. Vocês pensam nisso, em seguir carreiras separadas?
Sandy: Boatos sempre surgem, mas não é verdade. Tanto é que vamos gravar o Acústico MTV...
Fonte: Jornal O Pioneiro